Bolívia

BOLÍVIA, PERTO DO CÉU

No coração da parte sul do continente americano encontra-se Bolívia, talvez uns dos paises mais desconhecidos da América do Sul. É provavelmente um dos paises mais pobres da zona, porém a sua riqueza cultural e física convertem-no em um paraíso natural. O interesse que oferece a sua história mistura-se com as tradições indígenas mais anscestrais. Os atrativos que possui para o turismo são de uma riqueza única: vulcões com neves perpétuas sobre desertos rochosos no Palnalto que refletem-se nas águas majestosas do lago Titicaca; uma capital considerada a mais alta do mundo protegida por imponentes montanhas; uma cultura indígena insubornável e autêntica, cheia de tesouros culturais; coloridos mercados; natureza exuberante na Amazônia, nos Yungas; impressionantes vales que formam rios generosos; faisca de prata em Potosí e inumeráveis tesouros ocultos são alguns dos alicientes que oferece Bolívia. Se você gosta das culturas autóctones, a viagen no coração dos Andes irá ser uma experiência inesquecível.

Situação e Geografia da Bolívia

Limitada por Peru, Brasil, Paraguai e Chile, a República da Bolívia é o mais elevado e isolado dos países da América do Sul. Com superfície de 1,2 milhões de quilômetros quadrados extende-se pela faixa mais larga da cordilheira andina e desce pelas bacias do Amazonas e no Paraná por um labirinto de tortuosas serras e vales.

O relêvo da Bolívia vai desde as altas montanhas e amplas planalto até profundos vales e extensas planícies. Seu isolamento geográfico também é a causa de ser o país com a maior população indígena do continente, circunstância que faz perdurar melhor a cultura e tradições anscestrais.

Bolívia divide-se em cinco regiões claramente diferenciadas cada uma com um interesse particular: o Planalto, os vales das terras altas, os Yungas, o Grande Chaco e as selvagens bacias amazônicas e do Paraná.

A parte ocidental da Bolívia é ocupada por duas cadeias andinas que atravessam o país todo desde Peru até Chile e Argentina. A Cordilheira Ocidental eleva-se como uma muralha entre Bolívia e a costa do Pacífico. A Cordilheira Real, situada ao leste, vai para o sudeste e dirige-se ao sul atravessando o centro da Bolívia.

O Planalto está fechado dentro do oval traçado pelas duas cordilheiras. A altitude da bacia vai desde os 3.500 aos 4.000 metros, superando esta altura alguns picos nevados. A fascinação do Planalto reside na imensa solidão que extende-se até a eterna barreira das montanhas que cobrem o horizonte.

Na zona norte encontra-se o Lago Titicaca, o lago mais alto navegável do mundo, com única saida pelo rio Desagüadero que desemboca no lago Poopó, no centro do Planalto.

Ao sul dos lagos o terreno torna-se mais seco e menos povoado, dando lugar a vestígios de outros dois lagos: O Salar de Uyuni e o Salar de Copaísa.

Ao leste da Cordilheira Central situan-se as terras altas, uma região de acidentados vales e serras e férteis bacias de clima moderado.

Ao norte fica encravada a Cordilheira Real, onde os Andes entram na Bacia Amazônica, atravessando Os Yungas, uma zona de transição entre as terras altas, secas e áridas, às terras baixas e úmidas.

Por causa da topografia Bolívia tem uma ampla gama de padrões climáticos, o que condiciona a flora e fauna deste país andino. Assim, dentro de suas fronteiras pode-se achar todas as zonas climáticas, desde a selva fumegante até o frio ártico.

Flora

Desertos e intimidantes montanhas nevadas misturam -se na geografia boliviana enfeitada também com terras e vales férteis mediterrâneos nos que crescem azeitonas, nozes, trigo, milho e uvas.

No sudeste da Bolívia encontram-se os chatos e quase impenetráveis chaparrais do Grande Chaco, onde o terreno fica coberto por uma maranha de árvores espinhosos e cactus.

No norte e leste do território fica a Amazônia, uma terra plana e escassamente povoada, formada principalmente por pântanos, selvas, chaparrais e bosques pluviais, que abrangem 50% da superfície total da Bolívia.

Entre o Altiplano e as terras baixas abrem-se vales cobertos de uma densa vegetação tropical, entre caminhos que descem até a selva. Nos yungas as formações vegetais extenden-se entre os 1.800 e os 3.400 metros de altura.

A folha da coca

Um dos produtos da terra boliviana que mais caracterizou sua cultura desde tempos imemoriais é a folha da coca. A deusa inca do amor estava representada com folhas de coca nas mãos.

A lenda conta que Manco Capac, filho do deus Sol, teve uma aparição mística na Ilha do Sol do Lago Titicaca e trouxe a divina folha, que acalma a fome e dá força aos fracos. No começo a coca estava destinada às famílias privilegiadas e tinha um significado religioso, porém nos tempos da conquista a sua utilização já estava difundida entre os indígenas, e os segurava durante longos períodos de trabaho esgotador em durissimas condições de escravatura.

As folhas da coca mascam-se com cinzas de outras plantas. O suco extraido produz uma sensação do bemestar, brinda um alto grau de insensibilidade à fome, fatiga e dor, e indiferença perante às penúrias e a angustia.

Os espanhóis aprenderam rapidamente que a coca era um estimulante perfeito para incrementar a eficácia dos peões indígenas e promoveram a sua utilização. Em consequência introduziram plantações comerciais no território todo.

Quando A Paz fundou-se, cresceu sua importância pelo tráfico de coca das plantações nos Yungas até as minas de Potosí. Uma plantação de coca dura 40 ou 50 anos e rende de 3 a 4 coletas no ano. A coca é o único cultivo que brinda um negócio lucrativo aos camponeses de uma economia deprimida principalmente agrícola. Atualmente cultivam-se mínimo 60.000 hectares de coca e, embora seja difícil avaliar o impacto da indústria da coca na economia boliviana, sem dúvida constitui um importante respaldo às atividades econômicas.

Fauna

No Altiplano existem condições climáticas de extrema dureza, devido à grande altitude. Esta situação favorece a conservação de uma fauna nativa original. Entre as espécies mais atraentes destacam a lama, o animal emblemático da Bolívia, e a alpaca. À primeira vista estas duas espécies resultan similares, porém a lama apresenta uma estrutura mais corpulenta que a alpaca. O condor é outro dos mitos do país, o seu vôo majestoso converte-o no símbolo dos Andes. É facil distingui-lo se considerarmos a grande envergadura das asas. Outro animal característico do país é a ema pequena, parecido ao avestruz. É um simpático animal escorregadiço, que habita na estepa de ervas duras (pajonal). Também poderá admirá-lo nos Parques e Reservas Nacionais. A vicunha, distinguida pela sua grande velocidade, tem um pêlo muito apreciado, pelo que foi perseguida em outros tempos. Agora é uma espécie protegida. Na Lagoa Vermelha, na Reserva Nacional de Fauna Eduardo Avaroa, no departamento de Potosí, poderá encontrar a parina, uma espécie de flamingo boliviano de grande beleza.

Parques Nacionais e Reservas

Desde meados do século foram criados na Bolívia áreas para a conservação do seu patrimônio ecológico. A tradição boliviana é regida por severos códigos de conservação que impedem a depredação da natureza. Existem no país 8 Parques Nacionais, uma Reserva Rural, uma Reserva Fiscal, dois Refúgios e uma Estação Biológica.

Parque Nacional de Condodiri. Encontra-se no Departamento da Paz. Protege a fauna andina da região, condores, veados, zorros e vizcachas entre outros.

Parque Nacional Cerro de Mirikiri. Está situado no cantão Caquiaviri da Província Pacajes do Departamento da Paz. O parque faz parte da propriedade agropecuária Comanche. Protege, principalmente a Puya Raimondi.

Parque Nacional Cerro de Sajama. Localizado na Província de Sajama, no Departamento de Oruro. Abrange a montanha Sajama, uma das mais altas do país. Protege vicunhas, siris, tatús e outras espécies.

Parque Nacional Mallasa. Está situado nas proximidades da cidade da Paz, e foi criado pela necessidade de conservar um lugar econômico e de utilidade na recriação.

Parque Nacional Tunari. Encontra-se na montanha do mesmo nome. Controla os leitos de água que afetam Conchabamba e protege os bosques, onde tem espécies nativas junto a outras que foram introduzidas.

Parque Nacional Isiboro-Secure. Está consierado o mais importante do país.

Parque Nacional Lagoas de Beni e Pando. Protege espécies que habitam nestas lagoas, como o yakaré e o lagarto.

Reserva Nacional Amazónica de Manuripi Heath. Encontra-se na província de Manuripi, no Departamento de Pando.

Reserva Nacional de fauna de Yura. Na província Quijaro de Potosí. Cuida à vicunha.

Reserva Fiscal Cerro Taipilla. Está na Província Nor Lípez, no departamento de Potosí. Ocupa-se de controlar a preservação da chinchila.

Refúgio de Vida Silvestre Estâncias Elsner. Situado nas Províncias Ballivián e Jacuma do departamento do Beni. Trata-se de um centro para a conservação e investigação de recursos naturais renováveis. Está dirigida e administrada pela Academia Nacional de Ciências e PRODENA.

História da Bolívia

Época Pré-colombiana

Embora tenha-se escrito várias versões sobre a história da Bolívia antes da colonização, quase todas coincidem com os primeiros passos para a civilização agrícola dadas neste Planalto.

Desde o ano 1500 a.C. índios da língua aymara, possivelmente das montanhas do centro do Peru, atravessaram os Andes Bolivianos e ocuparam o Altiplano. Posteriormente, no princípio de nossa era, desenvolveu-se a poderosa cultura de Tiahuanaco, que tinha sua sede religiosa e política nas costas meridionais do Lago Titicaca. Com o tempo Tiahuanaco converteu-se em uma sociedade organizada, próspera e ambiciosa e ultrapassou as fronteiras de Equador e Chile. Os restos desta cultura milenar refletem uma perfeição técnica que pode-se apreciar nas relíquias que são encontradas em diversas partes do país.

Conquista Espanhola

No final da década de 1520 as rivalidades internas começavam a cobrar seu preço no império inca porém a chegada dos espanhóis, a quem tomou-se como emissários do Deus Sol, promovendo o golpe definitivo. O inca Atahualpa foi capturado em 1532 e em 1537 os espanhóis tinham consolidado suas forças no Peru e tomaram Cuzco, sede do poder inca.

O espanhol Diego de Almagro instalou brevemente seu poder no Alto Peru, como chamava-se Bolívia. Depois Francisco Pizarro enviou seu irmão Gonzalo á cabeça de uma expedição para submeter à província meridional de Kollasuyo ou Colhao, como chamava-se antigamente. A atração era umas minas de prata exploradas no tempo dos incas. Em 1538 Pedro de Anzures fundou a localidade de A Prata como capital da província de Charcas. Esta cidade transformou-se no centro administrativo, religioso e educativo dos territórios espanhóis do leste.

Em 1548 Alonso de Mendoza fundou A Paz como posto administrativo e estratégico na Rota da Prata que ia de Potosí à Costa do Pacífico. Vinte e quatro anos mais tarde os espanhóis fundaram Cochabamba e Tarija, estabelecendo-se a estrutura urbana da Bolívia no final do século XVI.

Independência

Em 1781 tentou-se expulsar os espanhóis e restabelecer o domínio inca. Trinta anos depois Chuquisaca converteu-se no cenário das ações em favor da independência. Depois de 15 anos de guerra o general Antonio Olañeta resistiria às forças de libertação.

Em 1825, Simão Bolivar enviou uma expedição ao Alto Peru (Bolívia) ao mando do general Antonio Jose de Sucre, que derrotou Olañeta na batalha de Tumusla. Assim no 1825 proclamou-se a independência do Alto Peru transformando-se em República de Bolívia. Bolivar converteu-se em um dos primeiros presidentes da república.

Em 1928 Andrés de Santa Cruz alcançou o poder e sob influência de antigos ideais incas, formou cuma confederação com o Peru, constituída em 1836. Chile protestou contra esta situação e o seu exército derrotou a Santa Cruz em 1839, precipitando Bolívia no caos político. A anarquia atingiu o seu ponto alge em 1841, quando três governos pegavam no poder simultâneamente.

Daquele momento adotou-se um particular sistema de governo no que uma junta de militar opôs e outra arrebatava o poder aos prescedentes. No decorrer de 164 anos de vida republicana, 189 governos têm administrado o país, dando origem ao caos econômico posterior.

Perda de Território

Em meados do século XVIII o descobrimento de ricas jazidas de guano e nitratos na região de Atacama transformou um deserto ermo e desabitado em uma zona de crescente importância econômica. Bolívia era incapaz de povoar a costa e explorar os depósitos por seus próprios meios, assim que assinou contratos principalmente com companhias chilenas. À raiz de um agravamento, em que o governo boliviano impôs sobre os minerais, Chile ocupou a costa e Bolívia declarou-lhe a guerra. Durante a Guerra do Pacífico, Chile tomou 350 quilômetros de território costeiro, deixando Bolívia sem a saida ao mar. Embora Chile tentou compensar Bolívia com um ferrocarril desde Antofagasta à Oruro e uma exceção de taxas portuárias sobre as exportações, os bolivianos não aceitaram esta situação e aproveitam toda oportunidade para pedir uma saida ao mar. Ainda hoje o governo usa este problema quando deseja unir o povo, por uma causa comun.

A causa dos problemas com Brasil pela borracha em 1903 Bolívia pegou de novo nas armas. Anos mais tarde, em 1932, una nova grande guerra arrastou o povo boliviano. Nesta ocasião contra o Paraguai pelo controle da região de Chaco pelo tema do petróleo.

O conflito com Paraguai influiu negativamente na economia da Bolívia, desacreditou o exército, difundiu novas idéias entre os trabalhadores urbanos e os mineiros e semeou o descontentamento entre os intelectuais iniciando um processo de fermentação social.

Tempos Modernos

Acabada a Guerra do Chaco, o atrito entre os mineiros do estanho de Oruro e seus chefes ausentes sofreu uma escala de confronto. Os radicais congregaram-se sob o estandarte do Movimento Social Revolucionário (MNR), liderado por Víctor Paz Estenssoro.

As eleições de 1951 deram a vitória a Víctor Paz e em 1952 junto com o MNR pegaram nas rédeas pela primeira vez.

As reformas sociais e econômicas foram protagonistas de aquela época junto com a participação dos índios nas decisões nacionais. No ano 1964 o general René Barrientos destituiu a Paz e começou outro período de ditadura, que colocou a Bolívia em caótica instabilidade.

Em 1982 findou o regime militar com Hernão Siles Huazo, um mal gestor do país. Ao cabo de três anos de novo voltou Victor Paz para ser presidente pela quarta vez até 1989.

A constituição boliviana diz que é preciso 50% do voto popular para chegar a ser presidente em eleições diretas, do contrário o Congresso deve tomar a decisão. Em consequência, o dereitista AND (Acão Democrática Nacionalista) fez um trato com o MIR, cujo dirigente Jaime Paz Zamora foi eleito presidente em troca dos ministeéios mais importantes à oposição. Esta coligação garantiu certa estabilidade política por um tempo, mais é dificil dizer o que se depara para o futuro.

Arte e Cultura da Bolívia

Arquitetura

No território boliviano os edifícios construidos depois da conquista espanhola apresentam umas características que distinguem-os dos restantes do vice- reinado. A tradição artística indígena aparece na rica decoração que cobre o exterior dos edifícios, baseada en motivos tirados da flora e fauna. Este estilo está claramente marcado em Potosí no Templo da Companhia de Jesus, obra de índio Sebastião da Cruz.

Escultura e Pintura

Da época colonial existem numerosos retábulos caprichosamente realizados, mas também conservam-se muitas pinturas e talhas de tipo popular. O século XX trouxe à Bolívia diversas tendências modernistas e particularmente a “indianista” originária do México. Como representantes desta linha cabe destacar, o pintor Cecílio Guzmão de Rojas e a pintora Maria Núñez de Prado.

Literatura

Embora a população indígena da Bolívia não possua escrita, a cultura oral nas comunidades aymara, quechua, kalhahuaca e guaraní tem prevalecido no decorrer dos tempos. Existe uma antologia de Jesus Lara sobre a poesia quechua, que inclui algumas canções.

Na época colonial destaca Bartolomeu Arzáns Orsúa e Vela, que viveu no século XVII, com sua “História da Vila Imperial de Potosí”. Após a Independência desenvolveu-se o movimento romântico, que produziu dois escritores importantes: Julio Lucas Jaimes, criador de um estilo próprio, e Nathaniel Aguirre.

Na transição ao modernismo a figura de Adela Zamudio destacou no gênero poético. Entre os escritores modernistas assinalamos Ricardo James com sua “Justiça Índia”, que denuncia a exploração indígena, Franz Tamayo e Gregorio Reynolds. Na geração realista sobressai Alcides Arguedas com sua obra “Povo Enfêrmo” e o romance “Raza de Bronze”. O poeta, novelista, dramaturgo e também diplomata Adolfo Costa dos Rels, que nasceu no último período do século XX, escreveu o romance “Terras Enfetiçadas”, que fala do difícil convívio entre um autoritário coronel mestiço do Chaco com seu filho educado na Europa e de idéias democráticas.

A guerra do Chaco proporcionou material para escritores como Augusto Céspedes, autor de “Sangue de Mestiços”, uma coleção de histórias curtas, Costa du Rels que escreveu “Lagoa H-3” e Jesús Lara com “Repete”.

Na segunda metade so século XX, destacam-se as obras de Marcelo Quiroga Santa Cruz, “Os Desabitados” e “Cerco de Penumbras” de Oscar Cerruto, Renato Prada Oropeza publica em 1969 “Os Fundadores do Alba”, inspirada na luta do Che Guevara.

Entre os poetas contemporâneos destacam-se Pedro Shimose, Jaime Sáenz e Eduardo Mitre. Nos últimos tempos falou-se do romancista Arturo Vacano e sua obra “Morder em Silêncio”, assim como “Barriomundo”, um trabalho de Jaime Nistthauz.

Música e Dança

A tradição boliviana conjuga influências na música e dança pré-inca, espanhola, amazônica e inclusive a africana. As diferentes zonas de paisagens produzem distintos tipos de músicas, o frio dos Andes contrasta com o colorido que provocam as terras temperadas de Tarija. Os instrumentos feitos a mão dos índios produzem sons únicos, que tem sido introduzidos na música européia pela riqueza sonora. Entre os instrumentos típicos da Bolívia encontra-se o charango, similar ao bandolim, o violinho chapaco, a zamponha, baxão e quena, espécies de flautas, instrumentos de vento como a tarka e o sikuri, o erke, a cana e a camachenha da zona de Tarija. Entre os instrumentos de percussão estão a huancara e a caixa.

As danças pré-hispânicas tinham suas origens na necessidade de expressar-se. Eram bailes de celebração de guerra, fertilidade, caça, trabalho, bodas, etc. Com a chegada do espanhóis e os escravos africanos estas influências entraram em plena fusão. A dança tradicional boliviana é a “cueca”. Outras danças populares são o auqui-auqui ou o huayño. No sul é famoso o festival de dança conhecido como chapaqueada, ou bailes como a roda. Entre os bailes folclóricos temos o macheteiro. No norte baila-se o carnaval e o taquirari Beniano. Durante o Carnaval dança-se na Diablada de Oruro bailes de origem africana como a morenada ou os negritos. Os Lhameros, incas, tobas, são expressões destas antigas culturas. Potosí e A Paz são lugares de origem do caporal e o tinku.

Locais Turísticos da Bolívia

Vamos começar o percurso por La Paz e arredores para deslocarmos logo à zona chamada Os Yungas e o Lago Titicaca na fronteira com Peru. Depois, iremos descer ao Sul do Planalto, concretamente ao departamento de Oruro. De lá visitaremos Cochabamba para prosseguir pelos departamentos de Santa Cruz, Sucre, Potosí e Tarija. Finalmente, iremos viajar pelas Terras Baixas, para findar nossa viagem com um breve percurso na Amazonia boliviana.

LA PAZ

Em um quadro incomparável de beleza entre montanhas manchadas de branco alcança-se cidade de La Paz, capital da Bolívia. La Paz é uma das cidades situadas a maior altura do mundo (3.800 m de altura por média). Nela habitam mais de um milhão de habitantes. Possui um rico patromônio cultural que faz dela uma cidade especial para quem procura desfrutar da arquitetura e os museus. As suas ruas estão enfeitadas com inumeráveis mercados de vivas cores, onde dá para apreciar o inegável sabor da cultura indígena.

La Paz extende-se ao pé do Ilhimani, um majestoso monte de mais de seis mil metros de altura. Templos, monumentos, casas grandes, edifícios antigos e modernos e esses coloridos mercados misturam-se na cidade dotando-a de um sabor peculiar.

Igrejas

Aconselhamos encarar o percurso por La Paz como um passeio, enquanto seus olhos desfrutam com a mistura entre o indígena e ao estilo autenticamente hispânico. A Catedral de Nossa Senhora de La Paz encontra-se situada na Praça Murillo. Construida no século XIX e nela poderá admirar o estilo neo-clássico. Na Praça de São Francisco situa-se pão de ouro. O estilo barroco encontraremos na fachada da Igreja de Santo Domingo, totalmente trabalhada em pedra. O edifício construído entre os séculos XVII e XVIII, e encontra-se em Yanacocha.

O Templo de São Pedro foi uma igreja de indígenas que estava fora da cidade, hoje irá encontrá-lo na Praça de Sucre. Outro templo que marece a pena ser visitado é o Templo da Mercê, situado na rua Comércio com esquina Colombo. Não muito longe ergue-se a Igreja do Carmo do século XVIII, cujo interior guarda um magnífico frontal sagrado de prata. Posterior é o Templo da Recoleta, que data de 1984, cujo estilo imita ao gótico (Av. América).

Museus

Quanto aos museus, o Museu de Etnografia e Folclore encontra-se na antiga Casa do Marqués de Villaverde. Guarda um material completo de todos os grupos étnicos que conjugam-se na Bolívia. O museu conta, com programas de atividades culturais e educativas.

O Museu Nacional de Arte situa-se no edifício do antigo Palácio dos Condes de Arana, que data do século XVIII. No seu interior conserva-se um rico patrimônio cultural e colonial, que destacam-se pinturas de época colonial e contemporânea e mobília diversa.

O Museu Nacional de Arqueologia no Palácio Tiwanacu é rico em peças resgatadas por diversas escavações e outras adquiridas.

Outros museus da cidade são o Museu Tambo Quirquincho; o Museu de Metais Preciosos e Pré-colombianos, situado em uma bela casa do século XIV; o Museu Casa de Murilho, situado na casa que pertencera à Dom Pedro Domingo Murilho, herói da Independência; o Museu Histórico do Litoral, que descreve a guerra na que perdeu o litoral Boliviano; o Museu Costumbrista Juan de Vargas, que representa em argila fatos históricos da cidade desde a sua fundação; o Museu Nacional do Charango, que guarda instrumentos musicais nativos; e o Museu Nacional de História Natural, onde mostra-se coleções referentes às riquezas naturais, fósseis, etc.

Mercados

Entre os mercados da cidade o mais curioso é o Mercado dos Bruxos ou da Feitiçaria onde poderá adquirir diferentes ervas e sementes, elementos curativos e tradicionais da cultura Calhawaya. Localiza-se na parte velha da cidade.

O Mercado Negro extende-se ao longo da rua Graneros e Eloy Salmón. Aqui pode-se encontrar de tudo, embora a procedência dos artigos resulte suspeita. O Mercado Lanza encontra-se entre a rua Figeroa e la Praça Pérez Velasco. Dedica-se à venda de produtos alimentício. Nele poderá degustar santenhas e empadas, entre as mil coisas que oferecem para ir tirando o gosto nos diferentes postos. Muito colorido é tambem o Mercado das Flores, situado ao outro lado do cemitério. E por último no Alto liga-se o Mercado da Sobrancelha, aberto quintas e domingos.

Na zona sul encontra-se o Jardim Botânico, em Cotacota, à beira de um lago artificial. O jardim inclui as principais mostras da vegetação andina.

ARREDORES DE LA PAZ

Os arredores de La Paz oferecem ao turista espetaculares paisagens. Para o sudeste extende-se os vales. Um dos mais espetaculares é o Vale da Lua, onde uma misteriosa paisagem enfeitada por um labirinto de pequenos desfiladeiros, montes e estranhas estalagmites de argila transportam o espírito a outras dimensões. Porém, de lá encontra-se a localidade de Malhasa.

Outra das rotas turísticas mais apaixonantes dos arredores o levará à Mó do Diabo nas beiras do rio Cholquepayu. Trata-se de uma formação rochosa, um vulcão já extinto. Se preferir pode viajar desde La Paz ao Canudo do Huaricuna, no caminho à Ventilha. Uma vez lá a rota do Canudo atravessando rios, gargantas e galerias vai faze-lo desfrutar de uma apaixonante aventura.

Se, por outra parte você é um amante das alturas e da neve, deve visitar ao norte de La Paz, Chacaltaya (5.300 m), onde encontra-se a pista de esqui mais alta do mundo.

No Vale de Sapahaqui encontra-se Urmiri, formoso balneário de clima temperado com uma piscina. O Vale do Zongo é outro dos espetáculos naturais que o turista não pode perder.

RUINAS DE TIAHUANACO

Sem dúvida uma das rotas turísticas mais atrativas é a que leva a Tiahuanaco, ao sudoeste de La Paz. O primeiro ponto de interesse é a localidade de Laja, onde foi fundada originalmente LaPaz por Alonso de Mendoza em 1548. Nela sobressai um formoso templo. A seguinte parada é Tambilho. Se subir a seu cume mais alto poderá ver as melhores vistas do altiplano. O seguinte alto é Tiahuanaco. O seu antigo nome, Taypicala, significa em língua aymara “pedra do centro”. A cultura deste lugar é muito antiga. O povoado levanta-se acima das antigas ruinas pré-colombianas. Muitos dos templos e palácios foram descobertos durante os procesos de escavação.

Kantaita, supõe-se, foi um edifício de quatro partes orientadas aos quatro pontos cardinais, com um pátio central. Akapana (“daqui observo”) era uma pirâmide com escadas que tinha um observatório astronômico acima. Tem um pequeno templo subterrâneo que afunda dois metros na terra, com um canal aos pés. Ao norte da pirâmide fica situado o Templo de Kalasasaya, construido com arenisca vermelha e andesita, onde tambem observa-se um sistema de drenajem. O acesso principal acha-se ao leste onde fica à vista uma escalinata desde aonde pode-se admirar o Monolito Ponce, uma estátua antropomorfa. Outras escadas conduzem a diferentes monolitos entre os que destacamos o famoso Freire. Um dos monumentos mais importantes deste templo é a Porta do Sol, talhada em um mesmo bloco de andesita, associada, ao que parece a idade solar. Acredita-se que era o lugar que faziam as oferendas ao Sol. Existe também, outra porta importante chamada Porta da Lua.

O antigo Palácio dos Sarcófagos chama-se Putuni. Dele conservam-se pedras da fachada e a porta de entrada. A Porta do Puma é o mais importante dos templos. As pedras que perteceram a esta construção caracterizam-se pelas enormes proporções e pela beleza com que fizeram-se os traços e orifícios. O Museu Arqueológico expõe alguns dos descobrimentos encontrados nas escavações.

OS YUNGAS

Ao noroeste de La Paz, além da Cordilheira Real, encontra-se Os Yungas, uma espetacular comarca de cerros afiados e vales fundos com exuberante vegetação e clima tropical, que alça entre os 1.000 e 3.000 metros de altura. Alguns vales comunicam-se com o Planalto mediante caminhos pré-colombianos por onde os incas transportavam seus produtos.

O camniho pré-hispânico de Takesi é uma calçada empedrada que comunica a zona altiplánica com Os Yungas atravessando a cordilheira. Está lotado de interessantes sítios arqueológicos entre paradas de grande beleza.

O caminho pré -colombiano de Choro é outra das calçadas que levam a esta zona. É também conhecido como Caminho de Coroico. A escassa presença humana concentra-se nas pequenas aldeias. O caminho começa em O Cume, o ponto culminante da estrada que vai de La Paz às terras baixas. O melhor lugar para começar o percurso é o bairro de Vila Fátima, de onde saem os ônibus e caminhões.- Desde o outeiro de Chucura domina-se ampla paisagem que inclui o rio Choro e as serras Kolini e Manquisalini.

O lugar mais popular entre os turistas é a aldeia de Coroico, trepada a uma abrupta ladeira a 1.500 metros. É um lugar perfeito para relaxar e realizar excursões pela campina de arredores. Possui um clima quente e tem numerosos balneários. Merece a pena parar próxima a aldeia de Samanha Pampa e nos povados de Achura e Choro, bons lugares para passar a noite.

Chulumani é a povoação com mais encanto da zona, sua paisagem tropical e seu clima temperado atraem a numerosos turistas. Nos arredores extende-se plantações de coca, bananeiras, laranjas, limas, abacaxi e outros cítricos.

Ao pé da montanha Illampu encontra-se Sorata, desde onde pode-se aceder à Gruta de São Pedro, perto do povoado do mesmo nome.

LAGO TITICACA

Com 180 quilômetros de comprimento e 60 de largura, o Lago Titicaca é o maior lago navegável e o mais alto do mundo. O Titicaca é o último vestígio de um antigo mar interior conhecido como Lago Ballivián, que em outro tempo cobria grande parte do Planalto.

Na beira sul do lago Titicaca assenta-se Copacabana, destino dos peregrinos de todo o país. Um dos seus maiores atrativos é a Basílica da Virgem da Candelária, construida entre os séculos XVI e XVII. O estilo arquitetônico mistura linhas barrocas com estilos renascentistas. No interior domina o barroco mestiço e as cobertas de pão de ouro. O mais destacável é o Retábulo e o Altar Maior de prata. O Calvário é um caminho de pedra que leva a uma pequena serra onde sobem os peregrinos. Ao pé do Cerro Calvário encontra-se o mirante da pedra preciosa, desde onde obtem-se belas panorámicas do lago. Também obtém-se formosas vistas desde a Forca do Inca, conjunto de rochas que serviam de observatório astronômico as antigas culturas.

No entorno de Copacabana tem uma fonte conhecida como o Banho do Inca ou Kusiyata.

Para admirar um formoso trabalho realizado na rocha tem que ir a Intinkala o O Tribunal do Inca, gigantescas pedras que serviram de pedestais a ídolos.

ILHAS DO SOL E DA LUA

No Lago Titicaca encontra-se as ilhas do Sol e da Lua, famosas por sua lenda inca e as antigas ruinas.

Na Ilha do Sol, também chamada Ilha Titicaca ou dos “Pumas Cinzas”, os aymaras adoravam uma pedra sagrada com forma de puma, a rocha sagrada onde iniciou-se a lendária criação inca. Nela econtra-se o Templo do Sol e o Palácio de Picolcayna. Ao sul da ilha estão as ruinas do Piko Kaina, os restos mais famosos são as escalinatas de Yumani e as ruinas de Chincana, das que destaca-se o Palácio do Inca. Na ilha poderá beber água sagrada da Fonte da Eterna Juventude.

Na Ilha da Lua, também chamada Ilha de Coati, encontra-se o Templo das Virgens do Sol ou Inhak Uyu-Ajilahuasi. As “mamacunas” eram moças escolhidas, durante a puberdade para destiná-las a importantes missões sacerdotais. Estas jovens eram submetidas a uma rígida disciplina, devendo manter uma virgindade pérpetua. A ilha é um esplêndido observatório desde onde avista-se o vulcão Ilhampu.

AS Ilhas Huynhamarka, Pariti, Suriqui e Kalahuta são muito visitadas. Poderá acampar nelas. Perto de Suquiri encontra-se as Ilhas Incas, que estão desabitadas.

Huatacaja encontra-se às beiras do Lago Titicaca. Desde lá pode-se admirar as balsas de totora que navegam entre as modernas embarcações e veleiros de pescadores.

Uma das zonas mais belas do lago é o Estreito de Tiquina, já que em suas águas reflete-se a cordilheira dos Andes. Em suas beiras defronta-se os povoados de São Pedro e São Paulo.

O PLANALTO SUL

ORURO

É a cidade mais importante ao sul do Altiplano. A maior parte da população é indígena porém o caráter e cor da cidade nsão muito evidentes. Oruro distingue-se pelo seu Carnaval onde realiza-se a Diablada, danças que representam a eterna batalha entre bons e maus.

Seus principaís lugares de interesse são o Museu Mineralógico e Geológico, com mais de 6.000 mostras minerais; o Museu Nacional de Antropologia Eduardo López, com importante coleção de máscaras; a Casa da Cultura, situada em um edifício neo-clássico que conta com uma Pinacoteca de arte colonial e contemporâneo, uma sala dedicada à arqueologia local e um museu; o Santuário do Socavão, nas abas da serra Pé de Galo e a Portada do Beatário, belo exemplo do barroco mestiço.

Na zona Água de Castela encontra-se o Parque Zoológico, que possui interessante variedades de espécies de todas as regiões.

Entre os edifícios religiosos de Oruro é de assinalar a Igreja de São Miguel, a primeira edificada na cidade, que guarda pinturas de enorme espírito sacro.

Nos arredores da cidade irá encontrar formações petreas como A Serpente e o Condor, ao sul e o Sapo na zona norte, de grande valor místico. Numerosos pregrinos chegam perto nos dias assinalados da Capela de Chiripujio, onde tem lugar diversas cerimonias muito interessantes.

Nos arredores de Oruro encontra-se também belos centros de águas termais como Capachos, a 12 quilômetros, Obrajes, de águas com propriedades curativas ou o Lago Popoó, onde pode-se pescar. Outros pontos de interesse são a Igreja de Curahuara de Carangas, com os afrescos mais antigos da América do Sul (muito perto da fronteira com Chile) e as Pinturas Rupestres de Cala Cala.

O povoado de Chipaya encontra-se na província de Atahualpa. O mais interessante deste lugar é a sua antigüidade. A cultura do povo Chipaya remota-se aos 2.500 anos a.C., pelo menos. Conservam sua cultura e tradições, adoram a natureza e sua vida permanece inalterável com o passar do tempos, embora assistindo a um processo de trans-culturação provocado pela influência de Ocidente. A arquitetura da região é muito singular, já que na construção das moradias empregam-se folhas de cactus.

Uma das excursões mais recomendadas da zona é a visita ao Parque Nacional Sajama, que encontra-se quase na fronteira com Chile, ocupando uns 80.000 hectares.

O Salar de Copaísa acolhe ao povoado de Chipaya, onde a cultura indígena do lugar é muito tradicional e sumamente interessante. Por outro lado, na localidade de Poopó está o Lago Poopó. Seu principal atrativo é a ilha de Panza, onde pode-se praticar a caça e a pesca, enquanto que, a Lagoa Vermelha, ao sul de Chiguana. Deve seu nome às cores que a vegetação produz nas águas. Existe um habitat preferido de numerosas colônias de flamingos.

DEPARTAMENTO DE COCHABAMBA

O Departamento de Cochabamba encontra-se situado no centro do território Nacional. Possui um clima quente e abrange uma extensa região de vales, uma parte que corresponde ao planos no norte e uma pequena zona de planalto. A cidade de Cochabamba foi fundada em 1574 com o nome de Vila Oropeza, mas manteve o nome atual que provém das palabras quechuas “concha” e “pampa”, que significa “planície com charco”.

COCHABAMBA

Com clima moderado, esta cidade de sabor colonial oferece muitos atrativos turísticos. A praça principal, Praça do 14 de Setembro, encontra-se situada em um dos passeios mais belos do país. Poderá ver a trajetória histórica da cidade desde os anos da colônia. Tem que deter-se no Palácio de Portais, que data de princípio de século. O edifício está construido em estilo renascentista francês e os jardins que rodeiam-no, imitam aos do Palácio de Versalhes. Nele tem lugar numerosas atividades culturais.

Entre os muitos edifícios religiosos que possui Cochabamba, destaca-se a Catedral, terminada no século XVI, porém reformada e ampliada em séculos posteriores; a Igreja e Convento da São Francisco, famosa pelo retabulo talhado em madeira e o púlpito, todos dois de grande beleza; o Convento de Santa Teresa, onde sobressaem as cúpulas e no interior o altar maior, quadros e estabuos, assim como, o trono (madeira, prata e ouro, que convergem nestas belas estruturas); o Hospício, que data do ano 1875, conserva uma formosa fachada com cúpulas bizantinas e quadros no interior de grande valor; a Igreja de Santo Domingo, que destaca-se pela porta central de estilo rococó e a peculiar formosura da sua fachada; e por último, a Igreja da Recoleta, com suas escuturas e imagens sumamente atrativas. Outros templos que poderá ver são os de São Jõao de Deus e o da Companhia de Jesus.

Entre os museus aconselhamos visitar o Museu Arqueológico situado na rua 25 de Maio. Neles exibem-se vestígios antigos de grande valor. Por outro lado, o Museu de História Natural e Jardim Botânico Martín Cárdenas possui uma fantástica colecão de insetos e minerais, entre outras coisas. A Casa da Cultura também ira mostrar-lhe algumas surpresas, entre elas as provenientes dos enterramentos pré-inca.

Na Colina de São Sebastião, ao sul da cidade, ergue-se um monumento as Heroínas da Coronilha, em homenagem a Batalha de 1812. Desde os cumes domina-se a cidade. E guardando a vila a grande altura alça-se a estátua do Cristo da Concórdia.

Aconselhamos a realizar uma visita aos distintos mercados da cidade, que irão dar-lhe uma idéia da variedade de produtos da região não. Não esqueça de desfrutar de um copo da chicha local (bebida baseada no milho fermentado).

Outros pontos de interesse de Cochabamba

Ao norte da cidade encontra-se o Parque Nacional Tunari, que protege os bosques da região. Este é um bom lugar para realizar excursões. Caminho à Santa Cruz encontramos um lugar sumamente atractivo, a Lagoa Angostura, ideal para a prática da pesca e da caça, assim como, para realizar esportes naúticos.

As ruinas do Inca-Rakai situam-se na Serra de Tarhuani. Ali ira encontrar os restos esta intetressante civilização. Outras ruinas incas importantes são as de Incallajta, a 134 quilômetros da cidade no Cantão de Pocona. As ruinas estão situadas entre uma fantástica paisagem de rios e quebradas. O lugar foi declarado monumento nacional em 1929.

Em Quilhacolho irá encontrar vestígios da civilizaçao aymara. Durante a colônia foi um centro comercial e artesanal de grande movimento.

Caminho à Sucre, no Vale de Cochabamba, localiza-se a cidade colonial de Totora, na Província de Carrasco. A vila possui uma interessante arquitetura.

DEPARTAMENTO DE SANTA CRUZ

A região de Santa Cruz encontra-se no oriente da Bolívia. Possui um clima variado, temperado e frio no oeste e mais quente na medida que se descende para os planos. A capital Santa Cruz da Serra, convertida no principal centro de tráfico de coca do país, conserva o sabor de um empoeirado passado misturado com uma moderna população cosmopolita.

SANTA CRUZ

O coração da cidade é a Praça 24 de Setembro. As palmeiras e as flores enfeitam este lugar. No centrro o monumento a IgnacioinWarnes, heroi Boliviano. Ao redor ligam-se o Banco do Estado, a Alcaldia Municipal, a Casa da Cultura, onde irá encontrar uma ampla mostra da arte boliviana, o edifício da Prefeitura e a tradicional Pascana onde pode-se degustar um rico café.

Um dos edifícios religiosos mais importantes da cidade fica situado também nesta praça, a Basílica Menor de São Lorenzo. Merece a pena admirar o teto do seu interior e o altar decorado em prata. O Museu da Catedral guarda interessantes elementos religiosos, muitos deles datados da época das missões. Outra igreja que poderá visitar na cidade é a pequena e singular Igreja “Viva o Senhor Jesus”.

Entre os museus destacamos o Museu de História Natural, em Av. Irala. No seu interior encontra-se interessantes representações da vida natural de América do Sul.

A cidade está cheia de zonas verdes e de expansão, entre as que destacamos o Parque O Areal com o Museu Etno-Folclórico que guarda elementos de diferentes culturas da zona, o Boris Banzer com um avião histórico, o Campo Ferial, o Jardim Botânico e o Parque Zoológico.

Outros pontos de interesse de Santa Cruz

Ao sul de Santa Cruz extendem-se as Dunas de O Palmar, resultado da erosão do vento, cuja duna maior é Loma Chivato. As dunas são muito visitadas já que pode-se tomar sol e banho nas águas que a rodeiam.

Se viajar para o norte a localidade mais importante é Monteiro, sendo o mais atrativo o seu mercado. Desde lá pode -se fazer excursões a Okinawa e Yapacani. Nesta última destaca sua formosa vegetação e seu rio navegável que permite praticar a caça e a pesca.

A 25 quilômetros ao leste de Santa Cruz encontra-se o Santuário da Virgem de Cotoca. Se viajar a primeiros de dezembro é possível desfrutar da sua festa padroeira, quando milhares de peregrinos vão visitá-la. Seguindo a rota merece a pena deter-se em Porto Pailas, um importante ponto turístico. Os Espelhinhos, outro belo centro turístico bastante conhecido pela sua beleza natural. Cada ano milhares de visitantes buscam este lugar para descansar.

Ao oeste da cidade de Santa Cruz localiza-se o Parque Nacional Amboró, em Boa Vista não deve perder a visita a este centro de beleza selvagem sem igual.

Samaipata

Samaipata é considerada a capital arqueológica do oriente boliviano. A natureza impressionante e a história que remota-se a tempos pré-inca estão para lugar como se o tempo nuncanão tivera passado. Desde ali pode-se viajar até as Ruinas do Forte, um monumento arqueológico lavrado em rocha arenisca que inclui figuras zoomorfas, fontes de água, bancos de diversas formas e moradias cobertas hoje, pelo mato, entre outras maravilhas. O Museu Arqueológico de Smaipata expõe objetos pré-colombianos de diferentes culturas.

A região conta com numerosos balneários e centros de águas termais. O Balneário Suruto destaca-se pela sua formosa e generosa vegetação e as frescas águas do Rio Palometitas. Águas Quentes, por outro lado, é um rio de águas termais no meio de uma belíssima paisagem.

Na zona de Valegrande, ao pé da cordilheira andina, o revolucionário Che Guevara foi executado em A Higuera e depois levado a Valegrande. Numerosos peregrinos fazem este percurso em sua honra. A zona é, com certeza, atrativa para realizar excursões a pé entre as montanhas. Camiri é o lugar onde fundou-se a gerrilha, sendo esta povoação e outras visitadas pelo Chê, parte da rota que o Governo boliviano promociona para os interessados nas façanhas do místico guerrilheiro.

DEPARTAMENTO DE SUCRE

Se algo distingue o Departamento de Sucre é sua bela cidade do mesmo nome, considerada a capital oficial de Bolívia. Fundada em 1538 hoje é uma povoação de 100.000 habitantes, que conserva o forte sabor colonial em suas igrejas e museus.

SUCRE

Entre os atrativos da cidade, encontra-se o Convento de São Felipe Neri, construído no século XVIII. Destaca-se no seu interior o claustro, diversos quadros e, acima de tudo, os terraços, onde domina-se a cidade. Outro convento à destacar é o da Recoleta, edifício colonial do século XVII. Pode-se visitar os pátios, o museu, coro e uma árvore milenar, declarada Monumento Nacional.

Do resto dos numerosos edifícios religiosos, com os que conta Sucre destaca a Igreja de São Francisco, de estilo renascentista e com o campanário que acolhe o Sino da Liberdade onde chamava-se os patriotas à revolução; a Igreja da Mercê, uma das jóias que a arquitetura hispânica deixou na América (é de ressaltar o Altar Maior) e por último a Catedral, na Praça 25 de Maio. Foi construida no século XVI em estilo renascentista e depois agregados do barroco e barroco mestiço. Destaca o relógio bi centenário, entre outras muitas maravilhas.

Os museus que podem ser visitados em Sucre são igualmente numerosos. Distinguem-se o Museu de Santa Clara e o Museu da Igreja, centrados em temas religiosos, equanto que os Museus Universitários abrangem três museus. O mais antigo é o Museu Charcas.

Não deixe de visitar o Castelo da Glorieta, construído no final do século passado onde aprecia-se uma curiosa mistura de estilos.

Outros pontos de interesse do Sucre

Um dos lugares mais pitorescos dos arredores é o povoado de Tarabuco, que tem uma história heróica. O mais destacável é o mercado do domingo.

A Cordilheira dos Freires conta com paisagens ideais para realizar excursões. Recomendamos selecionar qualquer uma das rotas para descubrir-a. Dispoe de áreas e pequenos povoados onde fazer paradas para refresco e descanso. Um dos circuitos mais atrativos é o que vai desde Chataquikka à Chaunaca e daqui à cratera de Maragua. Pode- se chegar de às Termas de Taula e depois voltar à capital. Não esqueça de visitar as pinturas de Incamachay.

Outro lugar interessante é Potolo, lugar de formações rochosas onde, podem-se adquirir tecidos de variadas formas e cores.

À beira do rio Pilcomayo localiza-se o balneário de Talula, a 60 quilômetros de Sucre. A capital do mesmo nome é também conhecida como “a cidade mais alta do mundo”.

POTOSÍ

Situada a 3.700 m de altitude, Potosí conserva o encanto da época de apogeu nas ruas estreitas, ou nas enfeitadas igrejas e nas suntuosas mansões com balcões.

Um dos edificios mais importantes da cidade é a Casa Real da Moeda, do século XVIII. Pedra lavrada, pedra bolão, tijolo, madeira e ferro combinam-se com harmonia na sua arquitetura, A Casa oferece ao visitante colições de móveis, tecidos, trajes regionais, selos, moedas, uma pinacoteca e exposições antropológicas muito interessantes. Possui importante arquivo histórico com documentos inéditos.

Outro dos símbolos de Potosí é a Torre da Companhia, além de ser uns dos principais monumentos religiosos da Bolívia do séculko XVIII. A Catedral, branca e dourada, representa o último exemplo de neo-classicismo. Não pode-se deixar de ser visitada a Igreja de Santo Agostinho, na que destaca a porta principal. Desde ali aconselhamos passeiar pela rua Quijarro para admirar os edificios coloniais que a caracterizam.

Outras construções emblemáticas são a Igreja de São Benito, na que destacam-se as 9 cúpulas e, no interior o retábulo e o púlpito; a Igreja de Santo Domingo, onde sobressai a elaborada porta; a Igreja de São Lorenzo, do século XVIII, considerada o mais puro exemplar da arquitetura americana; e a Igreja de São Bernardo, antigo cemitério da cidade. O último dos vestígios religiosos dos primeiros tempos da cidade é a Torre de Santa Bárbara.

Outros pontos de interesse de Potosí

A Cordilheira de Kari Kari extende-se ao leste de Potosí em uma paisagem maravilhosa de montes e lagoas. Ao sul da cidade encontra-se Serra Rica e ao pés, Mina Pailaviri. Das entranhas Da Serra Rica emanava a prata, que foi exaurida durante séculos com o trabalho dos índios, brutalmente explorados, e dos escravos pretos.

Embora o esgotamento progressivo dos filões, em Potosí, tudo gira ao redor das minas. Seus mercados oferecem diversos elementos vinculados à exploração.

Chaqui é um povo colonial de formosas vistas, que conta com uma piscina de águas termais de carácter curativo.

Na rota para o leste encontra-se Betanzos, importante local arqueológico onde foram encontrados fósseis de grande valor arqueológico.

Salar De Uyuni

Na região de Uyuni a acumulação do sal, que remota-se à mais de 40.000 anos quando um gigantesco lago interior cobria completamente a comarca, forma o Salar de Uyuni. Trata-se de um enorme lago seco a quase 4.000 m de altitude, rodeado de aldeias e de ilhas espalhadas pelo enorme deserto salino. A localidade desde onde pode-se realizar diferentes excursões é Colchani. Entre os lugares à visitar ressaltamos a Ilha de Pescadores, a mais espetacular, particularmente pelos enormes cactus que crescem nela. Seguindo uma rota que vai para a fronteira argentina, iremos dar com duas localidades importantes, Tupiza e Villazón.

DEPARTAMENTO DE TARIJA

O Departamento de Tarija é rico em folclore e costumes tradicionais de grande diversidade.

TARIJA

Um dos edifícios mais destacados da capital é a Casa Dourada, fundada a princípios do século. Possui uma chamativa arquitetura na que destaca a fachada. A Catedral, perto da Praça Luis de Fuentes, ergue-se como o edifício religioso mais importante de Tarija. Data do século XVII e guarda os restos do fundador da cidade. Outros pontos em destaque são a Igreja de São Francisco do século XVII; a Igreja de São Roque, do século XIX. Não esqueça de visitar o Castelo de Moises Navajas.

Arredores de Tarija

O Parque A Tablada encontra-se cruzando o rio Guadalquivir. A região de Tarija é conhecida pelos seus vinhedos, pelo que pode visitar alguns deles. Aconselhamos ir ao Vale da Conceição.

A 7 quilômetros da cidade de Tarija localiza-se São Jacinto, uma Represa de água que constitui um dos atrativos turísticos mais importantes da região.

A 21 quilômetros da capital, Jurina oferece quedas de água que precipitam-se desde mais de 40 m. As cores provocadas pela água, a natureza e o sol são de tal intensidade, que cativam os mais descrentes. Se dispor de tempo, aconselhamos dar uma chegada a Chaguaya, para admirar o Santuário da Virgem, que contitui o seu maior atrativo.

O Chaco

O Chaco oferece lugares de grande espaços, variada vegetação e uma fauna distinguida. Encontra-se beirando com Argentina e são duas as localidades que servem como base para as diversas excursões: Yacuiba e a Vilhamontes. A zona caracteriza-se pelas suas imensas extensões de cultivo e pela possibilidade que oferece aos amantes da caça e pesca.

AS TERRAS BAIXAS DO LESTE

O terreno destas terras é em geral plano e espalhado por pequenas montanhas. Na zona, habitada por diversos grupos indígenas guaranis, distinguem-se antigas missões jesuitas. Podem ser visitadas, realizando um circuito que liga umas com as outras. O melhor ponto de partida é São Ramón com sua igreja, para depois continuar a São Xavier, a mais antiga (um dos orgulhos de São Xavier são os queijos). A seguinte parada é Conceição, uma localidade tranquila onde pode-se fazer uma parada para repor forças antes de chegar a São Ignácio, que em seu dia foi uma das missões maior e melhor organizadas da zona. Dali pode-se viajar até Santa Ana e São Miguel.

São Jose de Chiquitos, para o sul, pode ser outro ponto de base para fazer outro circuito pelas missões jesuítias. Desde São José pode-se tomar um trem que vai à Roboré, nas márgens do rio de mesmo nome. A região conta também com diferentes balneários e águas termais.

AMAZÔNIA BOLIVIANA

A diferença da Amazônia brasilera para boliviana é que esta encontra-se menos desenvolvida e povoada. Se quiser fazer um percurso por estes lugares selvagens, é indispensável uma rede, saco de dormir, recipiente de água, proteção para os carapanas e provisões para alimentar-se.

Uma das rotas mais atrativas é a que parte de Rurrenabaque, pitoresco povoado à beira do rio Beni, na selva amazônica, até São Ignácio de Moxos, uma povoação de origem jesuita que mantém tradições muito particulares. A rota inclui uma parada na Reserva de Biosfera do Beni.

Ao desejar embarcar e entrar no coração do rio Marmoré, o ponto de partida é sem dúvida Trinidad, capital do Departamento do Beni. A bacia do rio leva para o norte até Guajaramerim e ao sul até Porto Vilarroel.

Gastronomia da Bolívia

Para o desfrute do turista a comida boliviana é muito variada. Os pratos do Planalto abundam em féculas e carbohidratos. São típicos os chunhos ou tintas, batatas muito gostosas secadas ao frio. O satja, um caldo de frango coberto de molho de pimentões picantes ou a saltenha, empada de carne e verduras, como forma de bola, são outras das delícias nativas.

O desjejum compõe-se principalmente, de café com bolos ou pastelaria. A metade da manhã costuma-se tomar algo, escolhendo provavelmente as saltenhas para degustar nessa hora. A comida principal do dia é a do meio dia, o almoço. Que consiste em uma sopa, como entrada e um prato principal, seguido de sobremesa e café. O jantar é similar ao almoço, porém menos elaborado.

A carne é muito apreciada na Bolívia, e normalmente é acompanhada por arroz, batatas e alface; tudo isto temperado com um molho picante, llajhua, baseado em tomates e locotos… Nas terras baixas é popular a mandioca e os vegetais locais, que vêem a subsituir às batatas… A carne costuma ser de cordeiro, bode ou lhama. A carne de porco é reservada para as grandes ocasiões, enquanto que o leitão é uma especialidade de Cochabamba. As carnes preparam-se ensopadas ou grelhadas. O frango, preferencialmente frito, é também, comum na gastrônomia boliviana. Consome-se também o peixe, a truta é típica do Planalto, do Lago Titicaca. O robalo, o dourado e o surubim são outros dos peixes que encontram-se nas águas bolivianas. Em algumas áreas, servem também de alimento partes do macaco e do jacaré.

Outras especialidades típicas são as papas recheiadas, batatas preparadas com algo de picante; a lhaucha pacenha, típica de La Paz, que contém uma massa de pão e queijo; os tomates recheados, com qualquer coisa, carne com tempero ou vegetais.

Muitos vegetais conservam-se em escabeche para durar mais e resulta também, muito populares. Irá encontrar chola, pão enrolado recheado de carne, cebola, tomate e escabeche, em numerosos postos. Assim como, choclo, espiga de milho preparada.

Bebida

As bebidas quentes típicas são o mate de coca e o api, uma bebida doce feita com milho. Porém, a bebida alcólica mais popular entre os bolivianos é a chicha, que obté-se fermentando o milho, frutas ou grãos. Refrigerentes a base de frutas, o despepitado ou mocachinchi, a orchata e as batidas são consomidos habitualmente. As cervejas locais são também apreciadas e variam segundo a origem (as das altitudes são mais espumosas). Entre os vinhos destacam-se Conceiçao São Bernardo da Fronteira ou São Pedro. Um derivado como o chamado singani é mais barato e muito apreciado.

Compras na Bolívia

Destacam-se os produtos artesanais elaborados com lã de alpaca, ovelha ou huanaco, com o que são tecidos os típicos chapéus andinos, luvas, cachecóis, meias, cobertas, jorongos, ponchos, ternos, capas, coletes, fitas, etc. Viajando para Bolívia, aconselhamos adquirir algumas das belas peças talhadas em madeira, e instrumentos musicais (charangos, quenas, sicus, etc), artesanato em ouro, prata ou bem as tradicionais miniaturas em cerâmica. Um chapéu típico é o morrión.

Os mercados surgem no meio de qualquer parte. Satisfazem as necessidades de fornecimento e de comunicação entre as pessoas que moram em lugares isolados, sobretudo no Planalto. Continuam baseando se na troca tanto como, no pagamento de dinheiro. As responsáveis da venda são quase sempre mulheres, que confluem em um ponto onde expõem as mercadorias, que colocam em forma de montes pequenos. A cidade de La Paz está cheia de mercadinhos e barracas por toda parte. O mercado de artesanato oferece roupa, enquanto que no chamado “mercado negro”, irá encontrar objetos domésticos. Por outro lado, no “mercado das bruxas” vai achar tudo que está relacionado com as superstições, os rituais indígenas e o sincretismo religioso.

No Planalto os domingos instalam-se mercados em Betanzos e Chaqui.

A Cancha de Cochabamba é o mercado mais vital do país. Outro ponto comercial importante é Tabuco, onde cada domingo situa-se um mercado de artesanato muito frequentado. Nele irá encontrar tecidos, lã, ajío, amuletos e diversas peças que trazem os quechuas para fazer suas trocas. Lembre-se que pechinchar é indipensável.

População e Costumes da Bolívia

Com 6,5 milhões de habitantes trata-se de um país super povoado. Quase 70% dos bolivianos moram no Planalto; os indígenas estão muito acostumados com as terras altas e temen pela sua saúde caso desçam para outros lugares. Entre 60 e 65 % da população é indígena, enquanto que 35% é mestiça e um insignificante 1% de raça preta, descendentes de escravos. No país habitam mais de 30 diferentes grupos étnicos, sendo os mais numerosos os quechuas, aymaras e tupi guaranis.

O espanhol é falado principalmente nas cidades (Santa Cruz, Beni, Pando, Tarija Cinti e Chichas) e no Oriente.

Os bolivianos são profundamente católicos, porém existe liberdade de culto. O folclore é um dos mais originais da América do Sul, fruto do encontro entre diferentes culturas. A música andina deu-se a conhecer mundialmente pela difusão da quena, o pinkiilho, a tarka, o sicu e outros instrumentos de vento, sem esquecer a famosa diablada de Oruro.

As danças crioulas ou mestiças surpreendem pela incorporação de elementos da Europa renascentista e dos bailes da corte. O Carnaval de Santa Cruz é o acontecimento folclórico mais importante do país.

Ainda conserva-se a indumentária tradicional da região andina. As mulheres mestiças das cidades levam uma elaborada vestimenta de rico colorido, ressaltando o mantão de manilha e o chapéu borsalino.

A população indígena, dependente em grande medida do seu próprio engenho, tem desenvolvido uma notável riqueza quanto ao artesanato.

Entretenimento e Festividades da Bolívia

ENTRETENIMENTO

Se alguma coisa pode definir bem à Bolívia é o fato de constituir um éden das atividades ecoturísticas, uma modalidade que consiste na participação dos próprios povos para que eles mesmos apresentem seus valores, costumes e riquezas ao visitante. Nos últimos anos editaram-se modesto número de folhetos informativos que promocionam Bolívia como a capital desta atividade (“da Amazônia aos Andes”).

Para quem gosta das montanhas, Bolívia oferece cumes de mais de 6.000 metros de altura, situadas na chamada Cordilheira Real dos Andes. Trata-se de atividades de mediano e alto nível, tendo que ir bem preparado. É difícil adquirir o equipamento.

Se do que gosta é da água, no Lago Titicaca ou na zona do Amazonas poderá navegar em embarcações típicas e para os mais aventureiros nada de melhor que uma travessia pelo Salar de Uyuni, o maior do mundo. Encontra-se no departamento de Potosí, que também oferece desertos, lagoas, géisers, águas termais, fauna única, em uma palavra, um paraíso.

Para pescar, o recomendável é faze-lo na Bacia do Rio da Prata, onde encontra-se a Reserva da Biosfera Pantanal ou bem no Lago Titicaca. Na bacia do Amazonas encontra-se um dos bosques tropicais mais espetáculares do mundo, com caudalosos rios como Madre de Deus, Mamoré, Beni e Itenez.

E, quando a noite chega o mais típico é recorrer aos concertos folclóricos (nas famosas penhas) de música andina. A penha mais famosa é a de Naira de Sagárnaga, em La Paz.

O cinema oferece filmes em castelhiano e subtitulados. O teatro em La Paz tem um ambicioso programa quanto a grupos folclóricos. Quanto ao teatro, o grupo mais conhecido na Bolívia é oTeatro dos Andes.

FESTIVIDADES

Bolívia é um país em perpétua festa. Indicamos os principais Festivais Folclóricos:

Feira Artesanal de Alasitas, 14 de Janeiro em La Paz.

Carnavais de Oruro, Santa Cruz e Tarabuco (este último no primeiro domingo de março).

Festival do Grande Poder, no mês de Junho, em La Paz.

Festa da Virgem de Urcupinha, 15 de Agosto em, Cochabamba.

Festa da Virgem de Copacabana, 15 de Agosto nas imediações do Lago Titicaca.

Dias Feriados Oficiais: 1 de Janeiro, 5 de Abril, 1 de Maio, 6 de Junho, 6 de Agosto (Dia da Independência), 1 e 2 de Novembro e 25 de Dezembro.

Transportes na Bolívia

Avião

Para deslocar-se pelo interior do país existem três companhias aéreas: Lloyd, TAME AEROEXPRESS. Lloyd é a única que tem serviços internacionais. TAM (Transportes Aéreos Militares) é a segunda companhia em importância. Tem uma boa rede e cobre algumas lagoas de serviço de Lloyd Aéreo Boliviano. A recentemente criada Aeroexpress é de interesse limitado para o turista. Embora pareça ser a mais regular só tem vôos à La Paz, Sucre, Potosñí, Mãe de Deus e Guapoté, afluentes do Amazonas.

Trem

O ferrocarril boliviano tem duas redes importantes: a Ocidental, com seu nervo central em Oruro e conexões com La Paz, Cochabamba, Sucre, Potosí, Villazón, Abaroa e Charanha; e a Oriental, com seu ponto central em Santa Cruz e linhas para Quijarro, perto de Porto Suárez. A seção ocidental está melhor organizada e é mais confiável. Tem quatro qualidades de trem: o ferrobus, o expresso, o de passageiros ou simplesmente o trem.

Por Terra

Infelizmente, a rede de estradas da Bolívia não goza de muito boa reputação. Tem poucos caminhos pavimentados e o cascalho ocupa a maior parte da rede. Os motoristas, estes sim, percorrem-na com grande habilidade. Mas, para tranquilidade do turista, os ônibus modernos inutilizam outras estradas em melhor estado.

Transporte Público

Nas principais cidades existem uma boa rede de pequenos ônibus urbanos. Costuma-se pagar na hora de descer. Os táxis não tem taxímetro, pelo que é aconselhável combinar antes de empreender o trajeto.

Fonte: http://www.rumbo.com.br

BOLÍVIA, PERTO DO CÉU

No coração da parte sul do continente americano encontra-se Bolívia, talvez uns dos paises mais desconhecidos da América do Sul. É provavelmente um dos paises mais pobres da zona, porém a sua riqueza cultural e física convertem-no em um paraíso natural. O interesse que oferece a sua história mistura-se com as tradições indígenas mais anscestrais. Os atrativos que possui para o turismo são de uma riqueza única: vulcões com neves perpétuas sobre desertos rochosos no Palnalto que refletem-se nas águas majestosas do lago Titicaca; uma capital considerada a mais alta do mundo protegida por imponentes montanhas; uma cultura indígena insubornável e autêntica, cheia de tesouros culturais; coloridos mercados; natureza exuberante na Amazônia, nos Yungas; impressionantes vales que formam rios generosos; faisca de prata em Potosí e inumeráveis tesouros ocultos são alguns dos alicientes que oferece Bolívia. Se você gosta das culturas autóctones, a viagen no coração dos Andes irá ser uma experiência inesquecível.

Situação e Geografia da Bolívia

Limitada por Peru, Brasil, Paraguai e Chile, a República da Bolívia é o mais elevado e isolado dos países da América do Sul. Com superfície de 1,2 milhões de quilômetros quadrados extende-se pela faixa mais larga da cordilheira andina e desce pelas bacias do Amazonas e no Paraná por um labirinto de tortuosas serras e vales.

O relêvo da Bolívia vai desde as altas montanhas e amplas planalto até profundos vales e extensas planícies. Seu isolamento geográfico também é a causa de ser o país com a maior população indígena do continente, circunstância que faz perdurar melhor a cultura e tradições anscestrais.

Bolívia divide-se em cinco regiões claramente diferenciadas cada uma com um interesse particular: o Planalto, os vales das terras altas, os Yungas, o Grande Chaco e as selvagens bacias amazônicas e do Paraná.

A parte ocidental da Bolívia é ocupada por duas cadeias andinas que atravessam o país todo desde Peru até Chile e Argentina. A Cordilheira Ocidental eleva-se como uma muralha entre Bolívia e a costa do Pacífico. A Cordilheira Real, situada ao leste, vai para o sudeste e dirige-se ao sul atravessando o centro da Bolívia.

O Planalto está fechado dentro do oval traçado pelas duas cordilheiras. A altitude da bacia vai desde os 3.500 aos 4.000 metros, superando esta altura alguns picos nevados. A fascinação do Planalto reside na imensa solidão que extende-se até a eterna barreira das montanhas que cobrem o horizonte.

Na zona norte encontra-se o Lago Titicaca, o lago mais alto navegável do mundo, com única saida pelo rio Desagüadero que desemboca no lago Poopó, no centro do Planalto.

Ao sul dos lagos o terreno torna-se mais seco e menos povoado, dando lugar a vestígios de outros dois lagos: O Salar de Uyuni e o Salar de Copaísa.

Ao leste da Cordilheira Central situan-se as terras altas, uma região de acidentados vales e serras e férteis bacias de clima moderado.

Ao norte fica encravada a Cordilheira Real, onde os Andes entram na Bacia Amazônica, atravessando Os Yungas, uma zona de transição entre as terras altas, secas e áridas, às terras baixas e úmidas.

Por causa da topografia Bolívia tem uma ampla gama de padrões climáticos, o que condiciona a flora e fauna deste país andino. Assim, dentro de suas fronteiras pode-se achar todas as zonas climáticas, desde a selva fumegante até o frio ártico.

Flora

Desertos e intimidantes montanhas nevadas misturam -se na geografia boliviana enfeitada também com terras e vales férteis mediterrâneos nos que crescem azeitonas, nozes, trigo, milho e uvas.

No sudeste da Bolívia encontram-se os chatos e quase impenetráveis chaparrais do Grande Chaco, onde o terreno fica coberto por uma maranha de árvores espinhosos e cactus.

No norte e leste do território fica a Amazônia, uma terra plana e escassamente povoada, formada principalmente por pântanos, selvas, chaparrais e bosques pluviais, que abrangem 50% da superfície total da Bolívia.

Entre o Altiplano e as terras baixas abrem-se vales cobertos de uma densa vegetação tropical, entre caminhos que descem até a selva. Nos yungas as formações vegetais extenden-se entre os 1.800 e os 3.400 metros de altura.

A folha da coca

Um dos produtos da terra boliviana que mais caracterizou sua cultura desde tempos imemoriais é a folha da coca. A deusa inca do amor estava representada com folhas de coca nas mãos.

A lenda conta que Manco Capac, filho do deus Sol, teve uma aparição mística na Ilha do Sol do Lago Titicaca e trouxe a divina folha, que acalma a fome e dá força aos fracos. No começo a coca estava destinada às famílias privilegiadas e tinha um significado religioso, porém nos tempos da conquista a sua utilização já estava difundida entre os indígenas, e os segurava durante longos períodos de trabaho esgotador em durissimas condições de escravatura.

As folhas da coca mascam-se com cinzas de outras plantas. O suco extraido produz uma sensação do bemestar, brinda um alto grau de insensibilidade à fome, fatiga e dor, e indiferença perante às penúrias e a angustia.

Os espanhóis aprenderam rapidamente que a coca era um estimulante perfeito para incrementar a eficácia dos peões indígenas e promoveram a sua utilização. Em consequência introduziram plantações comerciais no território todo.

Quando A Paz fundou-se, cresceu sua importância pelo tráfico de coca das plantações nos Yungas até as minas de Potosí. Uma plantação de coca dura 40 ou 50 anos e rende de 3 a 4 coletas no ano. A coca é o único cultivo que brinda um negócio lucrativo aos camponeses de uma economia deprimida principalmente agrícola. Atualmente cultivam-se mínimo 60.000 hectares de coca e, embora seja difícil avaliar o impacto da indústria da coca na economia boliviana, sem dúvida constitui um importante respaldo às atividades econômicas.

Fauna

No Altiplano existem condições climáticas de extrema dureza, devido à grande altitude. Esta situação favorece a conservação de uma fauna nativa original. Entre as espécies mais atraentes destacam a lama, o animal emblemático da Bolívia, e a alpaca. À primeira vista estas duas espécies resultan similares, porém a lama apresenta uma estrutura mais corpulenta que a alpaca. O condor é outro dos mitos do país, o seu vôo majestoso converte-o no símbolo dos Andes. É facil distingui-lo se considerarmos a grande envergadura das asas. Outro animal característico do país é a ema pequena, parecido ao avestruz. É um simpático animal escorregadiço, que habita na estepa de ervas duras (pajonal). Também poderá admirá-lo nos Parques e Reservas Nacionais. A vicunha, distinguida pela sua grande velocidade, tem um pêlo muito apreciado, pelo que foi perseguida em outros tempos. Agora é uma espécie protegida. Na Lagoa Vermelha, na Reserva Nacional de Fauna Eduardo Avaroa, no departamento de Potosí, poderá encontrar a parina, uma espécie de flamingo boliviano de grande beleza.

Parques Nacionais e Reservas

Desde meados do século foram criados na Bolívia áreas para a conservação do seu patrimônio ecológico. A tradição boliviana é regida por severos códigos de conservação que impedem a depredação da natureza. Existem no país 8 Parques Nacionais, uma Reserva Rural, uma Reserva Fiscal, dois Refúgios e uma Estação Biológica.

Parque Nacional de Condodiri. Encontra-se no Departamento da Paz. Protege a fauna andina da região, condores, veados, zorros e vizcachas entre outros.

Parque Nacional Cerro de Mirikiri. Está situado no cantão Caquiaviri da Província Pacajes do Departamento da Paz. O parque faz parte da propriedade agropecuária Comanche. Protege, principalmente a Puya Raimondi.

Parque Nacional Cerro de Sajama. Localizado na Província de Sajama, no Departamento de Oruro. Abrange a montanha Sajama, uma das mais altas do país. Protege vicunhas, siris, tatús e outras espécies.

Parque Nacional Mallasa. Está situado nas proximidades da cidade da Paz, e foi criado pela necessidade de conservar um lugar econômico e de utilidade na recriação.

Parque Nacional Tunari. Encontra-se na montanha do mesmo nome. Controla os leitos de água que afetam Conchabamba e protege os bosques, onde tem espécies nativas junto a outras que foram introduzidas.

Parque Nacional Isiboro-Secure. Está consierado o mais importante do país.

Parque Nacional Lagoas de Beni e Pando. Protege espécies que habitam nestas lagoas, como o yakaré e o lagarto.

Reserva Nacional Amazónica de Manuripi Heath. Encontra-se na província de Manuripi, no Departamento de Pando.

Reserva Nacional de fauna de Yura. Na província Quijaro de Potosí. Cuida à vicunha.

Reserva Fiscal Cerro Taipilla. Está na Província Nor Lípez, no departamento de Potosí. Ocupa-se de controlar a preservação da chinchila.

Refúgio de Vida Silvestre Estâncias Elsner. Situado nas Províncias Ballivián e Jacuma do departamento do Beni. Trata-se de um centro para a conservação e investigação de recursos naturais renováveis. Está dirigida e administrada pela Academia Nacional de Ciências e PRODENA.

História da Bolívia

Época Pré-colombiana

Embora tenha-se escrito várias versões sobre a história da Bolívia antes da colonização, quase todas coincidem com os primeiros passos para a civilização agrícola dadas neste Planalto.

Desde o ano 1500 a.C. índios da língua aymara, possivelmente das montanhas do centro do Peru, atravessaram os Andes Bolivianos e ocuparam o Altiplano. Posteriormente, no princípio de nossa era, desenvolveu-se a poderosa cultura de Tiahuanaco, que tinha sua sede religiosa e política nas costas meridionais do Lago Titicaca. Com o tempo Tiahuanaco converteu-se em uma sociedade organizada, próspera e ambiciosa e ultrapassou as fronteiras de Equador e Chile. Os restos desta cultura milenar refletem uma perfeição técnica que pode-se apreciar nas relíquias que são encontradas em diversas partes do país.

Conquista Espanhola

No final da década de 1520 as rivalidades internas começavam a cobrar seu preço no império inca porém a chegada dos espanhóis, a quem tomou-se como emissários do Deus Sol, promovendo o golpe definitivo. O inca Atahualpa foi capturado em 1532 e em 1537 os espanhóis tinham consolidado suas forças no Peru e tomaram Cuzco, sede do poder inca.

O espanhol Diego de Almagro instalou brevemente seu poder no Alto Peru, como chamava-se Bolívia. Depois Francisco Pizarro enviou seu irmão Gonzalo á cabeça de uma expedição para submeter à província meridional de Kollasuyo ou Colhao, como chamava-se antigamente. A atração era umas minas de prata exploradas no tempo dos incas. Em 1538 Pedro de Anzures fundou a localidade de A Prata como capital da província de Charcas. Esta cidade transformou-se no centro administrativo, religioso e educativo dos territórios espanhóis do leste.

Em 1548 Alonso de Mendoza fundou A Paz como posto administrativo e estratégico na Rota da Prata que ia de Potosí à Costa do Pacífico. Vinte e quatro anos mais tarde os espanhóis fundaram Cochabamba e Tarija, estabelecendo-se a estrutura urbana da Bolívia no final do século XVI.

Independência

Em 1781 tentou-se expulsar os espanhóis e restabelecer o domínio inca. Trinta anos depois Chuquisaca converteu-se no cenário das ações em favor da independência. Depois de 15 anos de guerra o general Antonio Olañeta resistiria às forças de libertação.

Em 1825, Simão Bolivar enviou uma expedição ao Alto Peru (Bolívia) ao mando do general Antonio Jose de Sucre, que derrotou Olañeta na batalha de Tumusla. Assim no 1825 proclamou-se a independência do Alto Peru transformando-se em República de Bolívia. Bolivar converteu-se em um dos primeiros presidentes da república.

Em 1928 Andrés de Santa Cruz alcançou o poder e sob influência de antigos ideais incas, formou cuma confederação com o Peru, constituída em 1836. Chile protestou contra esta situação e o seu exército derrotou a Santa Cruz em 1839, precipitando Bolívia no caos político. A anarquia atingiu o seu ponto alge em 1841, quando três governos pegavam no poder simultâneamente.

Daquele momento adotou-se um particular sistema de governo no que uma junta de militar opôs e outra arrebatava o poder aos prescedentes. No decorrer de 164 anos de vida republicana, 189 governos têm administrado o país, dando origem ao caos econômico posterior.

Perda de Território

Em meados do século XVIII o descobrimento de ricas jazidas de guano e nitratos na região de Atacama transformou um deserto ermo e desabitado em uma zona de crescente importância econômica. Bolívia era incapaz de povoar a costa e explorar os depósitos por seus próprios meios, assim que assinou contratos principalmente com companhias chilenas. À raiz de um agravamento, em que o governo boliviano impôs sobre os minerais, Chile ocupou a costa e Bolívia declarou-lhe a guerra. Durante a Guerra do Pacífico, Chile tomou 350 quilômetros de território costeiro, deixando Bolívia sem a saida ao mar. Embora Chile tentou compensar Bolívia com um ferrocarril desde Antofagasta à Oruro e uma exceção de taxas portuárias sobre as exportações, os bolivianos não aceitaram esta situação e aproveitam toda oportunidade para pedir uma saida ao mar. Ainda hoje o governo usa este problema quando deseja unir o povo, por uma causa comun.

A causa dos problemas com Brasil pela borracha em 1903 Bolívia pegou de novo nas armas. Anos mais tarde, em 1932, una nova grande guerra arrastou o povo boliviano. Nesta ocasião contra o Paraguai pelo controle da região de Chaco pelo tema do petróleo.

O conflito com Paraguai influiu negativamente na economia da Bolívia, desacreditou o exército, difundiu novas idéias entre os trabalhadores urbanos e os mineiros e semeou o descontentamento entre os intelectuais iniciando um processo de fermentação social.

Tempos Modernos

Acabada a Guerra do Chaco, o atrito entre os mineiros do estanho de Oruro e seus chefes ausentes sofreu uma escala de confronto. Os radicais congregaram-se sob o estandarte do Movimento Social Revolucionário (MNR), liderado por Víctor Paz Estenssoro.

As eleições de 1951 deram a vitória a Víctor Paz e em 1952 junto com o MNR pegaram nas rédeas pela primeira vez.

As reformas sociais e econômicas foram protagonistas de aquela época junto com a participação dos índios nas decisões nacionais. No ano 1964 o general René Barrientos destituiu a Paz e começou outro período de ditadura, que colocou a Bolívia em caótica instabilidade.

Em 1982 findou o regime militar com Hernão Siles Huazo, um mal gestor do país. Ao cabo de três anos de novo voltou Victor Paz para ser presidente pela quarta vez até 1989.

A constituição boliviana diz que é preciso 50% do voto popular para chegar a ser presidente em eleições diretas, do contrário o Congresso deve tomar a decisão. Em consequência, o dereitista AND (Acão Democrática Nacionalista) fez um trato com o MIR, cujo dirigente Jaime Paz Zamora foi eleito presidente em troca dos ministeéios mais importantes à oposição. Esta coligação garantiu certa estabilidade política por um tempo, mais é dificil dizer o que se depara para o futuro.

Arte e Cultura da Bolívia

Arquitetura

No território boliviano os edifícios construidos depois da conquista espanhola apresentam umas características que distinguem-os dos restantes do vice- reinado. A tradição artística indígena aparece na rica decoração que cobre o exterior dos edifícios, baseada en motivos tirados da flora e fauna. Este estilo está claramente marcado em Potosí no Templo da Companhia de Jesus, obra de índio Sebastião da Cruz.

Escultura e Pintura

Da época colonial existem numerosos retábulos caprichosamente realizados, mas também conservam-se muitas pinturas e talhas de tipo popular. O século XX trouxe à Bolívia diversas tendências modernistas e particularmente a “indianista” originária do México. Como representantes desta linha cabe destacar, o pintor Cecílio Guzmão de Rojas e a pintora Maria Núñez de Prado.

Literatura

Embora a população indígena da Bolívia não possua escrita, a cultura oral nas comunidades aymara, quechua, kalhahuaca e guaraní tem prevalecido no decorrer dos tempos. Existe uma antologia de Jesus Lara sobre a poesia quechua, que inclui algumas canções.

Na época colonial destaca Bartolomeu Arzáns Orsúa e Vela, que viveu no século XVII, com sua “História da Vila Imperial de Potosí”. Após a Independência desenvolveu-se o movimento romântico, que produziu dois escritores importantes: Julio Lucas Jaimes, criador de um estilo próprio, e Nathaniel Aguirre.

Na transição ao modernismo a figura de Adela Zamudio destacou no gênero poético. Entre os escritores modernistas assinalamos Ricardo James com sua “Justiça Índia”, que denuncia a exploração indígena, Franz Tamayo e Gregorio Reynolds. Na geração realista sobressai Alcides Arguedas com sua obra “Povo Enfêrmo” e o romance “Raza de Bronze”. O poeta, novelista, dramaturgo e também diplomata Adolfo Costa dos Rels, que nasceu no último período do século XX, escreveu o romance “Terras Enfetiçadas”, que fala do difícil convívio entre um autoritário coronel mestiço do Chaco com seu filho educado na Europa e de idéias democráticas.

A guerra do Chaco proporcionou material para escritores como Augusto Céspedes, autor de “Sangue de Mestiços”, uma coleção de histórias curtas, Costa du Rels que escreveu “Lagoa H-3” e Jesús Lara com “Repete”.

Na segunda metade so século XX, destacam-se as obras de Marcelo Quiroga Santa Cruz, “Os Desabitados” e “Cerco de Penumbras” de Oscar Cerruto, Renato Prada Oropeza publica em 1969 “Os Fundadores do Alba”, inspirada na luta do Che Guevara.

Entre os poetas contemporâneos destacam-se Pedro Shimose, Jaime Sáenz e Eduardo Mitre. Nos últimos tempos falou-se do romancista Arturo Vacano e sua obra “Morder em Silêncio”, assim como “Barriomundo”, um trabalho de Jaime Nistthauz.

Música e Dança

A tradição boliviana conjuga influências na música e dança pré-inca, espanhola, amazônica e inclusive a africana. As diferentes zonas de paisagens produzem distintos tipos de músicas, o frio dos Andes contrasta com o colorido que provocam as terras temperadas de Tarija. Os instrumentos feitos a mão dos índios produzem sons únicos, que tem sido introduzidos na música européia pela riqueza sonora. Entre os instrumentos típicos da Bolívia encontra-se o charango, similar ao bandolim, o violinho chapaco, a zamponha, baxão e quena, espécies de flautas, instrumentos de vento como a tarka e o sikuri, o erke, a cana e a camachenha da zona de Tarija. Entre os instrumentos de percussão estão a huancara e a caixa.

As danças pré-hispânicas tinham suas origens na necessidade de expressar-se. Eram bailes de celebração de guerra, fertilidade, caça, trabalho, bodas, etc. Com a chegada do espanhóis e os escravos africanos estas influências entraram em plena fusão. A dança tradicional boliviana é a “cueca”. Outras danças populares são o auqui-auqui ou o huayño. No sul é famoso o festival de dança conhecido como chapaqueada, ou bailes como a roda. Entre os bailes folclóricos temos o macheteiro. No norte baila-se o carnaval e o taquirari Beniano. Durante o Carnaval dança-se na Diablada de Oruro bailes de origem africana como a morenada ou os negritos. Os Lhameros, incas, tobas, são expressões destas antigas culturas. Potosí e A Paz são lugares de origem do caporal e o tinku.

Locais Turísticos da Bolívia

Vamos começar o percurso por La Paz e arredores para deslocarmos logo à zona chamada Os Yungas e o Lago Titicaca na fronteira com Peru. Depois, iremos descer ao Sul do Planalto, concretamente ao departamento de Oruro. De lá visitaremos Cochabamba para prosseguir pelos departamentos de Santa Cruz, Sucre, Potosí e Tarija. Finalmente, iremos viajar pelas Terras Baixas, para findar nossa viagem com um breve percurso na Amazonia boliviana.

LA PAZ

Em um quadro incomparável de beleza entre montanhas manchadas de branco alcança-se cidade de La Paz, capital da Bolívia. La Paz é uma das cidades situadas a maior altura do mundo (3.800 m de altura por média). Nela habitam mais de um milhão de habitantes. Possui um rico patromônio cultural que faz dela uma cidade especial para quem procura desfrutar da arquitetura e os museus. As suas ruas estão enfeitadas com inumeráveis mercados de vivas cores, onde dá para apreciar o inegável sabor da cultura indígena.

La Paz extende-se ao pé do Ilhimani, um majestoso monte de mais de seis mil metros de altura. Templos, monumentos, casas grandes, edifícios antigos e modernos e esses coloridos mercados misturam-se na cidade dotando-a de um sabor peculiar.

Igrejas

Aconselhamos encarar o percurso por La Paz como um passeio, enquanto seus olhos desfrutam com a mistura entre o indígena e ao estilo autenticamente hispânico. A Catedral de Nossa Senhora de La Paz encontra-se situada na Praça Murillo. Construida no século XIX e nela poderá admirar o estilo neo-clássico. Na Praça de São Francisco situa-se pão de ouro. O estilo barroco encontraremos na fachada da Igreja de Santo Domingo, totalmente trabalhada em pedra. O edifício construído entre os séculos XVII e XVIII, e encontra-se em Yanacocha.

O Templo de São Pedro foi uma igreja de indígenas que estava fora da cidade, hoje irá encontrá-lo na Praça de Sucre. Outro templo que marece a pena ser visitado é o Templo da Mercê, situado na rua Comércio com esquina Colombo. Não muito longe ergue-se a Igreja do Carmo do século XVIII, cujo interior guarda um magnífico frontal sagrado de prata. Posterior é o Templo da Recoleta, que data de 1984, cujo estilo imita ao gótico (Av. América).

Museus

Quanto aos museus, o Museu de Etnografia e Folclore encontra-se na antiga Casa do Marqués de Villaverde. Guarda um material completo de todos os grupos étnicos que conjugam-se na Bolívia. O museu conta, com programas de atividades culturais e educativas.

O Museu Nacional de Arte situa-se no edifício do antigo Palácio dos Condes de Arana, que data do século XVIII. No seu interior conserva-se um rico patrimônio cultural e colonial, que destacam-se pinturas de época colonial e contemporânea e mobília diversa.

O Museu Nacional de Arqueologia no Palácio Tiwanacu é rico em peças resgatadas por diversas escavações e outras adquiridas.

Outros museus da cidade são o Museu Tambo Quirquincho; o Museu de Metais Preciosos e Pré-colombianos, situado em uma bela casa do século XIV; o Museu Casa de Murilho, situado na casa que pertencera à Dom Pedro Domingo Murilho, herói da Independência; o Museu Histórico do Litoral, que descreve a guerra na que perdeu o litoral Boliviano; o Museu Costumbrista Juan de Vargas, que representa em argila fatos históricos da cidade desde a sua fundação; o Museu Nacional do Charango, que guarda instrumentos musicais nativos; e o Museu Nacional de História Natural, onde mostra-se coleções referentes às riquezas naturais, fósseis, etc.

Mercados

Entre os mercados da cidade o mais curioso é o Mercado dos Bruxos ou da Feitiçaria onde poderá adquirir diferentes ervas e sementes, elementos curativos e tradicionais da cultura Calhawaya. Localiza-se na parte velha da cidade.

O Mercado Negro extende-se ao longo da rua Graneros e Eloy Salmón. Aqui pode-se encontrar de tudo, embora a procedência dos artigos resulte suspeita. O Mercado Lanza encontra-se entre a rua Figeroa e la Praça Pérez Velasco. Dedica-se à venda de produtos alimentício. Nele poderá degustar santenhas e empadas, entre as mil coisas que oferecem para ir tirando o gosto nos diferentes postos. Muito colorido é tambem o Mercado das Flores, situado ao outro lado do cemitério. E por último no Alto liga-se o Mercado da Sobrancelha, aberto quintas e domingos.

Na zona sul encontra-se o Jardim Botânico, em Cotacota, à beira de um lago artificial. O jardim inclui as principais mostras da vegetação andina.

ARREDORES DE LA PAZ

Os arredores de La Paz oferecem ao turista espetaculares paisagens. Para o sudeste extende-se os vales. Um dos mais espetaculares é o Vale da Lua, onde uma misteriosa paisagem enfeitada por um labirinto de pequenos desfiladeiros, montes e estranhas estalagmites de argila transportam o espírito a outras dimensões. Porém, de lá encontra-se a localidade de Malhasa.

Outra das rotas turísticas mais apaixonantes dos arredores o levará à Mó do Diabo nas beiras do rio Cholquepayu. Trata-se de uma formação rochosa, um vulcão já extinto. Se preferir pode viajar desde La Paz ao Canudo do Huaricuna, no caminho à Ventilha. Uma vez lá a rota do Canudo atravessando rios, gargantas e galerias vai faze-lo desfrutar de uma apaixonante aventura.

Se, por outra parte você é um amante das alturas e da neve, deve visitar ao norte de La Paz, Chacaltaya (5.300 m), onde encontra-se a pista de esqui mais alta do mundo.

No Vale de Sapahaqui encontra-se Urmiri, formoso balneário de clima temperado com uma piscina. O Vale do Zongo é outro dos espetáculos naturais que o turista não pode perder.

RUINAS DE TIAHUANACO

Sem dúvida uma das rotas turísticas mais atrativas é a que leva a Tiahuanaco, ao sudoeste de La Paz. O primeiro ponto de interesse é a localidade de Laja, onde foi fundada originalmente LaPaz por Alonso de Mendoza em 1548. Nela sobressai um formoso templo. A seguinte parada é Tambilho. Se subir a seu cume mais alto poderá ver as melhores vistas do altiplano. O seguinte alto é Tiahuanaco. O seu antigo nome, Taypicala, significa em língua aymara “pedra do centro”. A cultura deste lugar é muito antiga. O povoado levanta-se acima das antigas ruinas pré-colombianas. Muitos dos templos e palácios foram descobertos durante os procesos de escavação.

Kantaita, supõe-se, foi um edifício de quatro partes orientadas aos quatro pontos cardinais, com um pátio central. Akapana (“daqui observo”) era uma pirâmide com escadas que tinha um observatório astronômico acima. Tem um pequeno templo subterrâneo que afunda dois metros na terra, com um canal aos pés. Ao norte da pirâmide fica situado o Templo de Kalasasaya, construido com arenisca vermelha e andesita, onde tambem observa-se um sistema de drenajem. O acesso principal acha-se ao leste onde fica à vista uma escalinata desde aonde pode-se admirar o Monolito Ponce, uma estátua antropomorfa. Outras escadas conduzem a diferentes monolitos entre os que destacamos o famoso Freire. Um dos monumentos mais importantes deste templo é a Porta do Sol, talhada em um mesmo bloco de andesita, associada, ao que parece a idade solar. Acredita-se que era o lugar que faziam as oferendas ao Sol. Existe também, outra porta importante chamada Porta da Lua.

O antigo Palácio dos Sarcófagos chama-se Putuni. Dele conservam-se pedras da fachada e a porta de entrada. A Porta do Puma é o mais importante dos templos. As pedras que perteceram a esta construção caracterizam-se pelas enormes proporções e pela beleza com que fizeram-se os traços e orifícios. O Museu Arqueológico expõe alguns dos descobrimentos encontrados nas escavações.

OS YUNGAS

Ao noroeste de La Paz, além da Cordilheira Real, encontra-se Os Yungas, uma espetacular comarca de cerros afiados e vales fundos com exuberante vegetação e clima tropical, que alça entre os 1.000 e 3.000 metros de altura. Alguns vales comunicam-se com o Planalto mediante caminhos pré-colombianos por onde os incas transportavam seus produtos.

O camniho pré-hispânico de Takesi é uma calçada empedrada que comunica a zona altiplánica com Os Yungas atravessando a cordilheira. Está lotado de interessantes sítios arqueológicos entre paradas de grande beleza.

O caminho pré -colombiano de Choro é outra das calçadas que levam a esta zona. É também conhecido como Caminho de Coroico. A escassa presença humana concentra-se nas pequenas aldeias. O caminho começa em O Cume, o ponto culminante da estrada que vai de La Paz às terras baixas. O melhor lugar para começar o percurso é o bairro de Vila Fátima, de onde saem os ônibus e caminhões.- Desde o outeiro de Chucura domina-se ampla paisagem que inclui o rio Choro e as serras Kolini e Manquisalini.

O lugar mais popular entre os turistas é a aldeia de Coroico, trepada a uma abrupta ladeira a 1.500 metros. É um lugar perfeito para relaxar e realizar excursões pela campina de arredores. Possui um clima quente e tem numerosos balneários. Merece a pena parar próxima a aldeia de Samanha Pampa e nos povados de Achura e Choro, bons lugares para passar a noite.

Chulumani é a povoação com mais encanto da zona, sua paisagem tropical e seu clima temperado atraem a numerosos turistas. Nos arredores extende-se plantações de coca, bananeiras, laranjas, limas, abacaxi e outros cítricos.

Ao pé da montanha Illampu encontra-se Sorata, desde onde pode-se aceder à Gruta de São Pedro, perto do povoado do mesmo nome.

LAGO TITICACA

Com 180 quilômetros de comprimento e 60 de largura, o Lago Titicaca é o maior lago navegável e o mais alto do mundo. O Titicaca é o último vestígio de um antigo mar interior conhecido como Lago Ballivián, que em outro tempo cobria grande parte do Planalto.

Na beira sul do lago Titicaca assenta-se Copacabana, destino dos peregrinos de todo o país. Um dos seus maiores atrativos é a Basílica da Virgem da Candelária, construida entre os séculos XVI e XVII. O estilo arquitetônico mistura linhas barrocas com estilos renascentistas. No interior domina o barroco mestiço e as cobertas de pão de ouro. O mais destacável é o Retábulo e o Altar Maior de prata. O Calvário é um caminho de pedra que leva a uma pequena serra onde sobem os peregrinos. Ao pé do Cerro Calvário encontra-se o mirante da pedra preciosa, desde onde obtem-se belas panorámicas do lago. Também obtém-se formosas vistas desde a Forca do Inca, conjunto de rochas que serviam de observatório astronômico as antigas culturas.

No entorno de Copacabana tem uma fonte conhecida como o Banho do Inca ou Kusiyata.

Para admirar um formoso trabalho realizado na rocha tem que ir a Intinkala o O Tribunal do Inca, gigantescas pedras que serviram de pedestais a ídolos.

ILHAS DO SOL E DA LUA

No Lago Titicaca encontra-se as ilhas do Sol e da Lua, famosas por sua lenda inca e as antigas ruinas.

Na Ilha do Sol, também chamada Ilha Titicaca ou dos “Pumas Cinzas”, os aymaras adoravam uma pedra sagrada com forma de puma, a rocha sagrada onde iniciou-se a lendária criação inca. Nela econtra-se o Templo do Sol e o Palácio de Picolcayna. Ao sul da ilha estão as ruinas do Piko Kaina, os restos mais famosos são as escalinatas de Yumani e as ruinas de Chincana, das que destaca-se o Palácio do Inca. Na ilha poderá beber água sagrada da Fonte da Eterna Juventude.

Na Ilha da Lua, também chamada Ilha de Coati, encontra-se o Templo das Virgens do Sol ou Inhak Uyu-Ajilahuasi. As “mamacunas” eram moças escolhidas, durante a puberdade para destiná-las a importantes missões sacerdotais. Estas jovens eram submetidas a uma rígida disciplina, devendo manter uma virgindade pérpetua. A ilha é um esplêndido observatório desde onde avista-se o vulcão Ilhampu.

AS Ilhas Huynhamarka, Pariti, Suriqui e Kalahuta são muito visitadas. Poderá acampar nelas. Perto de Suquiri encontra-se as Ilhas Incas, que estão desabitadas.

Huatacaja encontra-se às beiras do Lago Titicaca. Desde lá pode-se admirar as balsas de totora que navegam entre as modernas embarcações e veleiros de pescadores.

Uma das zonas mais belas do lago é o Estreito de Tiquina, já que em suas águas reflete-se a cordilheira dos Andes. Em suas beiras defronta-se os povoados de São Pedro e São Paulo.

O PLANALTO SUL

ORURO

É a cidade mais importante ao sul do Altiplano. A maior parte da população é indígena porém o caráter e cor da cidade nsão muito evidentes. Oruro distingue-se pelo seu Carnaval onde realiza-se a Diablada, danças que representam a eterna batalha entre bons e maus.

Seus principaís lugares de interesse são o Museu Mineralógico e Geológico, com mais de 6.000 mostras minerais; o Museu Nacional de Antropologia Eduardo López, com importante coleção de máscaras; a Casa da Cultura, situada em um edifício neo-clássico que conta com uma Pinacoteca de arte colonial e contemporâneo, uma sala dedicada à arqueologia local e um museu; o Santuário do Socavão, nas abas da serra Pé de Galo e a Portada do Beatário, belo exemplo do barroco mestiço.

Na zona Água de Castela encontra-se o Parque Zoológico, que possui interessante variedades de espécies de todas as regiões.

Entre os edifícios religiosos de Oruro é de assinalar a Igreja de São Miguel, a primeira edificada na cidade, que guarda pinturas de enorme espírito sacro.

Nos arredores da cidade irá encontrar formações petreas como A Serpente e o Condor, ao sul e o Sapo na zona norte, de grande valor místico. Numerosos pregrinos chegam perto nos dias assinalados da Capela de Chiripujio, onde tem lugar diversas cerimonias muito interessantes.

Nos arredores de Oruro encontra-se também belos centros de águas termais como Capachos, a 12 quilômetros, Obrajes, de águas com propriedades curativas ou o Lago Popoó, onde pode-se pescar. Outros pontos de interesse são a Igreja de Curahuara de Carangas, com os afrescos mais antigos da América do Sul (muito perto da fronteira com Chile) e as Pinturas Rupestres de Cala Cala.

O povoado de Chipaya encontra-se na província de Atahualpa. O mais interessante deste lugar é a sua antigüidade. A cultura do povo Chipaya remota-se aos 2.500 anos a.C., pelo menos. Conservam sua cultura e tradições, adoram a natureza e sua vida permanece inalterável com o passar do tempos, embora assistindo a um processo de trans-culturação provocado pela influência de Ocidente. A arquitetura da região é muito singular, já que na construção das moradias empregam-se folhas de cactus.

Uma das excursões mais recomendadas da zona é a visita ao Parque Nacional Sajama, que encontra-se quase na fronteira com Chile, ocupando uns 80.000 hectares.

O Salar de Copaísa acolhe ao povoado de Chipaya, onde a cultura indígena do lugar é muito tradicional e sumamente interessante. Por outro lado, na localidade de Poopó está o Lago Poopó. Seu principal atrativo é a ilha de Panza, onde pode-se praticar a caça e a pesca, enquanto que, a Lagoa Vermelha, ao sul de Chiguana. Deve seu nome às cores que a vegetação produz nas águas. Existe um habitat preferido de numerosas colônias de flamingos.

DEPARTAMENTO DE COCHABAMBA

O Departamento de Cochabamba encontra-se situado no centro do território Nacional. Possui um clima quente e abrange uma extensa região de vales, uma parte que corresponde ao planos no norte e uma pequena zona de planalto. A cidade de Cochabamba foi fundada em 1574 com o nome de Vila Oropeza, mas manteve o nome atual que provém das palabras quechuas “concha” e “pampa”, que significa “planície com charco”.

COCHABAMBA

Com clima moderado, esta cidade de sabor colonial oferece muitos atrativos turísticos. A praça principal, Praça do 14 de Setembro, encontra-se situada em um dos passeios mais belos do país. Poderá ver a trajetória histórica da cidade desde os anos da colônia. Tem que deter-se no Palácio de Portais, que data de princípio de século. O edifício está construido em estilo renascentista francês e os jardins que rodeiam-no, imitam aos do Palácio de Versalhes. Nele tem lugar numerosas atividades culturais.

Entre os muitos edifícios religiosos que possui Cochabamba, destaca-se a Catedral, terminada no século XVI, porém reformada e ampliada em séculos posteriores; a Igreja e Convento da São Francisco, famosa pelo retabulo talhado em madeira e o púlpito, todos dois de grande beleza; o Convento de Santa Teresa, onde sobressaem as cúpulas e no interior o altar maior, quadros e estabuos, assim como, o trono (madeira, prata e ouro, que convergem nestas belas estruturas); o Hospício, que data do ano 1875, conserva uma formosa fachada com cúpulas bizantinas e quadros no interior de grande valor; a Igreja de Santo Domingo, que destaca-se pela porta central de estilo rococó e a peculiar formosura da sua fachada; e por último, a Igreja da Recoleta, com suas escuturas e imagens sumamente atrativas. Outros templos que poderá ver são os de São Jõao de Deus e o da Companhia de Jesus.

Entre os museus aconselhamos visitar o Museu Arqueológico situado na rua 25 de Maio. Neles exibem-se vestígios antigos de grande valor. Por outro lado, o Museu de História Natural e Jardim Botânico Martín Cárdenas possui uma fantástica colecão de insetos e minerais, entre outras coisas. A Casa da Cultura também ira mostrar-lhe algumas surpresas, entre elas as provenientes dos enterramentos pré-inca.

Na Colina de São Sebastião, ao sul da cidade, ergue-se um monumento as Heroínas da Coronilha, em homenagem a Batalha de 1812. Desde os cumes domina-se a cidade. E guardando a vila a grande altura alça-se a estátua do Cristo da Concórdia.

Aconselhamos a realizar uma visita aos distintos mercados da cidade, que irão dar-lhe uma idéia da variedade de produtos da região não. Não esqueça de desfrutar de um copo da chicha local (bebida baseada no milho fermentado).

Outros pontos de interesse de Cochabamba

Ao norte da cidade encontra-se o Parque Nacional Tunari, que protege os bosques da região. Este é um bom lugar para realizar excursões. Caminho à Santa Cruz encontramos um lugar sumamente atractivo, a Lagoa Angostura, ideal para a prática da pesca e da caça, assim como, para realizar esportes naúticos.

As ruinas do Inca-Rakai situam-se na Serra de Tarhuani. Ali ira encontrar os restos esta intetressante civilização. Outras ruinas incas importantes são as de Incallajta, a 134 quilômetros da cidade no Cantão de Pocona. As ruinas estão situadas entre uma fantástica paisagem de rios e quebradas. O lugar foi declarado monumento nacional em 1929.

Em Quilhacolho irá encontrar vestígios da civilizaçao aymara. Durante a colônia foi um centro comercial e artesanal de grande movimento.

Caminho à Sucre, no Vale de Cochabamba, localiza-se a cidade colonial de Totora, na Província de Carrasco. A vila possui uma interessante arquitetura.

DEPARTAMENTO DE SANTA CRUZ

A região de Santa Cruz encontra-se no oriente da Bolívia. Possui um clima variado, temperado e frio no oeste e mais quente na medida que se descende para os planos. A capital Santa Cruz da Serra, convertida no principal centro de tráfico de coca do país, conserva o sabor de um empoeirado passado misturado com uma moderna população cosmopolita.

SANTA CRUZ

O coração da cidade é a Praça 24 de Setembro. As palmeiras e as flores enfeitam este lugar. No centrro o monumento a IgnacioinWarnes, heroi Boliviano. Ao redor ligam-se o Banco do Estado, a Alcaldia Municipal, a Casa da Cultura, onde irá encontrar uma ampla mostra da arte boliviana, o edifício da Prefeitura e a tradicional Pascana onde pode-se degustar um rico café.

Um dos edifícios religiosos mais importantes da cidade fica situado também nesta praça, a Basílica Menor de São Lorenzo. Merece a pena admirar o teto do seu interior e o altar decorado em prata. O Museu da Catedral guarda interessantes elementos religiosos, muitos deles datados da época das missões. Outra igreja que poderá visitar na cidade é a pequena e singular Igreja “Viva o Senhor Jesus”.

Entre os museus destacamos o Museu de História Natural, em Av. Irala. No seu interior encontra-se interessantes representações da vida natural de América do Sul.

A cidade está cheia de zonas verdes e de expansão, entre as que destacamos o Parque O Areal com o Museu Etno-Folclórico que guarda elementos de diferentes culturas da zona, o Boris Banzer com um avião histórico, o Campo Ferial, o Jardim Botânico e o Parque Zoológico.

Outros pontos de interesse de Santa Cruz

Ao sul de Santa Cruz extendem-se as Dunas de O Palmar, resultado da erosão do vento, cuja duna maior é Loma Chivato. As dunas são muito visitadas já que pode-se tomar sol e banho nas águas que a rodeiam.

Se viajar para o norte a localidade mais importante é Monteiro, sendo o mais atrativo o seu mercado. Desde lá pode -se fazer excursões a Okinawa e Yapacani. Nesta última destaca sua formosa vegetação e seu rio navegável que permite praticar a caça e a pesca.

A 25 quilômetros ao leste de Santa Cruz encontra-se o Santuário da Virgem de Cotoca. Se viajar a primeiros de dezembro é possível desfrutar da sua festa padroeira, quando milhares de peregrinos vão visitá-la. Seguindo a rota merece a pena deter-se em Porto Pailas, um importante ponto turístico. Os Espelhinhos, outro belo centro turístico bastante conhecido pela sua beleza natural. Cada ano milhares de visitantes buscam este lugar para descansar.

Ao oeste da cidade de Santa Cruz localiza-se o Parque Nacional Amboró, em Boa Vista não deve perder a visita a este centro de beleza selvagem sem igual.

Samaipata

Samaipata é considerada a capital arqueológica do oriente boliviano. A natureza impressionante e a história que remota-se a tempos pré-inca estão para lugar como se o tempo nuncanão tivera passado. Desde ali pode-se viajar até as Ruinas do Forte, um monumento arqueológico lavrado em rocha arenisca que inclui figuras zoomorfas, fontes de água, bancos de diversas formas e moradias cobertas hoje, pelo mato, entre outras maravilhas. O Museu Arqueológico de Smaipata expõe objetos pré-colombianos de diferentes culturas.

A região conta com numerosos balneários e centros de águas termais. O Balneário Suruto destaca-se pela sua formosa e generosa vegetação e as frescas águas do Rio Palometitas. Águas Quentes, por outro lado, é um rio de águas termais no meio de uma belíssima paisagem.

Na zona de Valegrande, ao pé da cordilheira andina, o revolucionário Che Guevara foi executado em A Higuera e depois levado a Valegrande. Numerosos peregrinos fazem este percurso em sua honra. A zona é, com certeza, atrativa para realizar excursões a pé entre as montanhas. Camiri é o lugar onde fundou-se a gerrilha, sendo esta povoação e outras visitadas pelo Chê, parte da rota que o Governo boliviano promociona para os interessados nas façanhas do místico guerrilheiro.

DEPARTAMENTO DE SUCRE

Se algo distingue o Departamento de Sucre é sua bela cidade do mesmo nome, considerada a capital oficial de Bolívia. Fundada em 1538 hoje é uma povoação de 100.000 habitantes, que conserva o forte sabor colonial em suas igrejas e museus.

SUCRE

Entre os atrativos da cidade, encontra-se o Convento de São Felipe Neri, construído no século XVIII. Destaca-se no seu interior o claustro, diversos quadros e, acima de tudo, os terraços, onde domina-se a cidade. Outro convento à destacar é o da Recoleta, edifício colonial do século XVII. Pode-se visitar os pátios, o museu, coro e uma árvore milenar, declarada Monumento Nacional.

Do resto dos numerosos edifícios religiosos, com os que conta Sucre destaca a Igreja de São Francisco, de estilo renascentista e com o campanário que acolhe o Sino da Liberdade onde chamava-se os patriotas à revolução; a Igreja da Mercê, uma das jóias que a arquitetura hispânica deixou na América (é de ressaltar o Altar Maior) e por último a Catedral, na Praça 25 de Maio. Foi construida no século XVI em estilo renascentista e depois agregados do barroco e barroco mestiço. Destaca o relógio bi centenário, entre outras muitas maravilhas.

Os museus que podem ser visitados em Sucre são igualmente numerosos. Distinguem-se o Museu de Santa Clara e o Museu da Igreja, centrados em temas religiosos, equanto que os Museus Universitários abrangem três museus. O mais antigo é o Museu Charcas.

Não deixe de visitar o Castelo da Glorieta, construído no final do século passado onde aprecia-se uma curiosa mistura de estilos.

Outros pontos de interesse do Sucre

Um dos lugares mais pitorescos dos arredores é o povoado de Tarabuco, que tem uma história heróica. O mais destacável é o mercado do domingo.

A Cordilheira dos Freires conta com paisagens ideais para realizar excursões. Recomendamos selecionar qualquer uma das rotas para descubrir-a. Dispoe de áreas e pequenos povoados onde fazer paradas para refresco e descanso. Um dos circuitos mais atrativos é o que vai desde Chataquikka à Chaunaca e daqui à cratera de Maragua. Pode- se chegar de às Termas de Taula e depois voltar à capital. Não esqueça de visitar as pinturas de Incamachay.

Outro lugar interessante é Potolo, lugar de formações rochosas onde, podem-se adquirir tecidos de variadas formas e cores.

À beira do rio Pilcomayo localiza-se o balneário de Talula, a 60 quilômetros de Sucre. A capital do mesmo nome é também conhecida como “a cidade mais alta do mundo”.

POTOSÍ

Situada a 3.700 m de altitude, Potosí conserva o encanto da época de apogeu nas ruas estreitas, ou nas enfeitadas igrejas e nas suntuosas mansões com balcões.

Um dos edificios mais importantes da cidade é a Casa Real da Moeda, do século XVIII. Pedra lavrada, pedra bolão, tijolo, madeira e ferro combinam-se com harmonia na sua arquitetura, A Casa oferece ao visitante colições de móveis, tecidos, trajes regionais, selos, moedas, uma pinacoteca e exposições antropológicas muito interessantes. Possui importante arquivo histórico com documentos inéditos.

Outro dos símbolos de Potosí é a Torre da Companhia, além de ser uns dos principais monumentos religiosos da Bolívia do séculko XVIII. A Catedral, branca e dourada, representa o último exemplo de neo-classicismo. Não pode-se deixar de ser visitada a Igreja de Santo Agostinho, na que destaca a porta principal. Desde ali aconselhamos passeiar pela rua Quijarro para admirar os edificios coloniais que a caracterizam.

Outras construções emblemáticas são a Igreja de São Benito, na que destacam-se as 9 cúpulas e, no interior o retábulo e o púlpito; a Igreja de Santo Domingo, onde sobressai a elaborada porta; a Igreja de São Lorenzo, do século XVIII, considerada o mais puro exemplar da arquitetura americana; e a Igreja de São Bernardo, antigo cemitério da cidade. O último dos vestígios religiosos dos primeiros tempos da cidade é a Torre de Santa Bárbara.

Outros pontos de interesse de Potosí

A Cordilheira de Kari Kari extende-se ao leste de Potosí em uma paisagem maravilhosa de montes e lagoas. Ao sul da cidade encontra-se Serra Rica e ao pés, Mina Pailaviri. Das entranhas Da Serra Rica emanava a prata, que foi exaurida durante séculos com o trabalho dos índios, brutalmente explorados, e dos escravos pretos.

Embora o esgotamento progressivo dos filões, em Potosí, tudo gira ao redor das minas. Seus mercados oferecem diversos elementos vinculados à exploração.

Chaqui é um povo colonial de formosas vistas, que conta com uma piscina de águas termais de carácter curativo.

Na rota para o leste encontra-se Betanzos, importante local arqueológico onde foram encontrados fósseis de grande valor arqueológico.

Salar De Uyuni

Na região de Uyuni a acumulação do sal, que remota-se à mais de 40.000 anos quando um gigantesco lago interior cobria completamente a comarca, forma o Salar de Uyuni. Trata-se de um enorme lago seco a quase 4.000 m de altitude, rodeado de aldeias e de ilhas espalhadas pelo enorme deserto salino. A localidade desde onde pode-se realizar diferentes excursões é Colchani. Entre os lugares à visitar ressaltamos a Ilha de Pescadores, a mais espetacular, particularmente pelos enormes cactus que crescem nela. Seguindo uma rota que vai para a fronteira argentina, iremos dar com duas localidades importantes, Tupiza e Villazón.

DEPARTAMENTO DE TARIJA

O Departamento de Tarija é rico em folclore e costumes tradicionais de grande diversidade.

TARIJA

Um dos edifícios mais destacados da capital é a Casa Dourada, fundada a princípios do século. Possui uma chamativa arquitetura na que destaca a fachada. A Catedral, perto da Praça Luis de Fuentes, ergue-se como o edifício religioso mais importante de Tarija. Data do século XVII e guarda os restos do fundador da cidade. Outros pontos em destaque são a Igreja de São Francisco do século XVII; a Igreja de São Roque, do século XIX. Não esqueça de visitar o Castelo de Moises Navajas.

Arredores de Tarija

O Parque A Tablada encontra-se cruzando o rio Guadalquivir. A região de Tarija é conhecida pelos seus vinhedos, pelo que pode visitar alguns deles. Aconselhamos ir ao Vale da Conceição.

A 7 quilômetros da cidade de Tarija localiza-se São Jacinto, uma Represa de água que constitui um dos atrativos turísticos mais importantes da região.

A 21 quilômetros da capital, Jurina oferece quedas de água que precipitam-se desde mais de 40 m. As cores provocadas pela água, a natureza e o sol são de tal intensidade, que cativam os mais descrentes. Se dispor de tempo, aconselhamos dar uma chegada a Chaguaya, para admirar o Santuário da Virgem, que contitui o seu maior atrativo.

O Chaco

O Chaco oferece lugares de grande espaços, variada vegetação e uma fauna distinguida. Encontra-se beirando com Argentina e são duas as localidades que servem como base para as diversas excursões: Yacuiba e a Vilhamontes. A zona caracteriza-se pelas suas imensas extensões de cultivo e pela possibilidade que oferece aos amantes da caça e pesca.

AS TERRAS BAIXAS DO LESTE

O terreno destas terras é em geral plano e espalhado por pequenas montanhas. Na zona, habitada por diversos grupos indígenas guaranis, distinguem-se antigas missões jesuitas. Podem ser visitadas, realizando um circuito que liga umas com as outras. O melhor ponto de partida é São Ramón com sua igreja, para depois continuar a São Xavier, a mais antiga (um dos orgulhos de São Xavier são os queijos). A seguinte parada é Conceição, uma localidade tranquila onde pode-se fazer uma parada para repor forças antes de chegar a São Ignácio, que em seu dia foi uma das missões maior e melhor organizadas da zona. Dali pode-se viajar até Santa Ana e São Miguel.

São Jose de Chiquitos, para o sul, pode ser outro ponto de base para fazer outro circuito pelas missões jesuítias. Desde São José pode-se tomar um trem que vai à Roboré, nas márgens do rio de mesmo nome. A região conta também com diferentes balneários e águas termais.

AMAZÔNIA BOLIVIANA

A diferença da Amazônia brasilera para boliviana é que esta encontra-se menos desenvolvida e povoada. Se quiser fazer um percurso por estes lugares selvagens, é indispensável uma rede, saco de dormir, recipiente de água, proteção para os carapanas e provisões para alimentar-se.

Uma das rotas mais atrativas é a que parte de Rurrenabaque, pitoresco povoado à beira do rio Beni, na selva amazônica, até São Ignácio de Moxos, uma povoação de origem jesuita que mantém tradições muito particulares. A rota inclui uma parada na Reserva de Biosfera do Beni.

Ao desejar embarcar e entrar no coração do rio Marmoré, o ponto de partida é sem dúvida Trinidad, capital do Departamento do Beni. A bacia do rio leva para o norte até Guajaramerim e ao sul até Porto Vilarroel.

Gastronomia da Bolívia

Para o desfrute do turista a comida boliviana é muito variada. Os pratos do Planalto abundam em féculas e carbohidratos. São típicos os chunhos ou tintas, batatas muito gostosas secadas ao frio. O satja, um caldo de frango coberto de molho de pimentões picantes ou a saltenha, empada de carne e verduras, como forma de bola, são outras das delícias nativas.

O desjejum compõe-se principalmente, de café com bolos ou pastelaria. A metade da manhã costuma-se tomar algo, escolhendo provavelmente as saltenhas para degustar nessa hora. A comida principal do dia é a do meio dia, o almoço. Que consiste em uma sopa, como entrada e um prato principal, seguido de sobremesa e café. O jantar é similar ao almoço, porém menos elaborado.

A carne é muito apreciada na Bolívia, e normalmente é acompanhada por arroz, batatas e alface; tudo isto temperado com um molho picante, llajhua, baseado em tomates e locotos… Nas terras baixas é popular a mandioca e os vegetais locais, que vêem a subsituir às batatas… A carne costuma ser de cordeiro, bode ou lhama. A carne de porco é reservada para as grandes ocasiões, enquanto que o leitão é uma especialidade de Cochabamba. As carnes preparam-se ensopadas ou grelhadas. O frango, preferencialmente frito, é também, comum na gastrônomia boliviana. Consome-se também o peixe, a truta é típica do Planalto, do Lago Titicaca. O robalo, o dourado e o surubim são outros dos peixes que encontram-se nas águas bolivianas. Em algumas áreas, servem também de alimento partes do macaco e do jacaré.

Outras especialidades típicas são as papas recheiadas, batatas preparadas com algo de picante; a lhaucha pacenha, típica de La Paz, que contém uma massa de pão e queijo; os tomates recheados, com qualquer coisa, carne com tempero ou vegetais.

Muitos vegetais conservam-se em escabeche para durar mais e resulta também, muito populares. Irá encontrar chola, pão enrolado recheado de carne, cebola, tomate e escabeche, em numerosos postos. Assim como, choclo, espiga de milho preparada.

Bebida

As bebidas quentes típicas são o mate de coca e o api, uma bebida doce feita com milho. Porém, a bebida alcólica mais popular entre os bolivianos é a chicha, que obté-se fermentando o milho, frutas ou grãos. Refrigerentes a base de frutas, o despepitado ou mocachinchi, a orchata e as batidas são consomidos habitualmente. As cervejas locais são também apreciadas e variam segundo a origem (as das altitudes são mais espumosas). Entre os vinhos destacam-se Conceiçao São Bernardo da Fronteira ou São Pedro. Um derivado como o chamado singani é mais barato e muito apreciado.

Compras na Bolívia

Destacam-se os produtos artesanais elaborados com lã de alpaca, ovelha ou huanaco, com o que são tecidos os típicos chapéus andinos, luvas, cachecóis, meias, cobertas, jorongos, ponchos, ternos, capas, coletes, fitas, etc. Viajando para Bolívia, aconselhamos adquirir algumas das belas peças talhadas em madeira, e instrumentos musicais (charangos, quenas, sicus, etc), artesanato em ouro, prata ou bem as tradicionais miniaturas em cerâmica. Um chapéu típico é o morrión.

Os mercados surgem no meio de qualquer parte. Satisfazem as necessidades de fornecimento e de comunicação entre as pessoas que moram em lugares isolados, sobretudo no Planalto. Continuam baseando se na troca tanto como, no pagamento de dinheiro. As responsáveis da venda são quase sempre mulheres, que confluem em um ponto onde expõem as mercadorias, que colocam em forma de montes pequenos. A cidade de La Paz está cheia de mercadinhos e barracas por toda parte. O mercado de artesanato oferece roupa, enquanto que no chamado “mercado negro”, irá encontrar objetos domésticos. Por outro lado, no “mercado das bruxas” vai achar tudo que está relacionado com as superstições, os rituais indígenas e o sincretismo religioso.

No Planalto os domingos instalam-se mercados em Betanzos e Chaqui.

A Cancha de Cochabamba é o mercado mais vital do país. Outro ponto comercial importante é Tabuco, onde cada domingo situa-se um mercado de artesanato muito frequentado. Nele irá encontrar tecidos, lã, ajío, amuletos e diversas peças que trazem os quechuas para fazer suas trocas. Lembre-se que pechinchar é indipensável.

População e Costumes da Bolívia

Com 6,5 milhões de habitantes trata-se de um país super povoado. Quase 70% dos bolivianos moram no Planalto; os indígenas estão muito acostumados com as terras altas e temen pela sua saúde caso desçam para outros lugares. Entre 60 e 65 % da população é indígena, enquanto que 35% é mestiça e um insignificante 1% de raça preta, descendentes de escravos. No país habitam mais de 30 diferentes grupos étnicos, sendo os mais numerosos os quechuas, aymaras e tupi guaranis.

O espanhol é falado principalmente nas cidades (Santa Cruz, Beni, Pando, Tarija Cinti e Chichas) e no Oriente.

Os bolivianos são profundamente católicos, porém existe liberdade de culto. O folclore é um dos mais originais da América do Sul, fruto do encontro entre diferentes culturas. A música andina deu-se a conhecer mundialmente pela difusão da quena, o pinkiilho, a tarka, o sicu e outros instrumentos de vento, sem esquecer a famosa diablada de Oruro.

As danças crioulas ou mestiças surpreendem pela incorporação de elementos da Europa renascentista e dos bailes da corte. O Carnaval de Santa Cruz é o acontecimento folclórico mais importante do país.

Ainda conserva-se a indumentária tradicional da região andina. As mulheres mestiças das cidades levam uma elaborada vestimenta de rico colorido, ressaltando o mantão de manilha e o chapéu borsalino.

A população indígena, dependente em grande medida do seu próprio engenho, tem desenvolvido uma notável riqueza quanto ao artesanato.

Entretenimento e Festividades da Bolívia

ENTRETENIMENTO

Se alguma coisa pode definir bem à Bolívia é o fato de constituir um éden das atividades ecoturísticas, uma modalidade que consiste na participação dos próprios povos para que eles mesmos apresentem seus valores, costumes e riquezas ao visitante. Nos últimos anos editaram-se modesto número de folhetos informativos que promocionam Bolívia como a capital desta atividade (“da Amazônia aos Andes”).

Para quem gosta das montanhas, Bolívia oferece cumes de mais de 6.000 metros de altura, situadas na chamada Cordilheira Real dos Andes. Trata-se de atividades de mediano e alto nível, tendo que ir bem preparado. É difícil adquirir o equipamento.

Se do que gosta é da água, no Lago Titicaca ou na zona do Amazonas poderá navegar em embarcações típicas e para os mais aventureiros nada de melhor que uma travessia pelo Salar de Uyuni, o maior do mundo. Encontra-se no departamento de Potosí, que também oferece desertos, lagoas, géisers, águas termais, fauna única, em uma palavra, um paraíso.

Para pescar, o recomendável é faze-lo na Bacia do Rio da Prata, onde encontra-se a Reserva da Biosfera Pantanal ou bem no Lago Titicaca. Na bacia do Amazonas encontra-se um dos bosques tropicais mais espetáculares do mundo, com caudalosos rios como Madre de Deus, Mamoré, Beni e Itenez.

E, quando a noite chega o mais típico é recorrer aos concertos folclóricos (nas famosas penhas) de música andina. A penha mais famosa é a de Naira de Sagárnaga, em La Paz.

O cinema oferece filmes em castelhiano e subtitulados. O teatro em La Paz tem um ambicioso programa quanto a grupos folclóricos. Quanto ao teatro, o grupo mais conhecido na Bolívia é oTeatro dos Andes.

FESTIVIDADES

Bolívia é um país em perpétua festa. Indicamos os principais Festivais Folclóricos:

Feira Artesanal de Alasitas, 14 de Janeiro em La Paz.

Carnavais de Oruro, Santa Cruz e Tarabuco (este último no primeiro domingo de março).

Festival do Grande Poder, no mês de Junho, em La Paz.

Festa da Virgem de Urcupinha, 15 de Agosto em, Cochabamba.

Festa da Virgem de Copacabana, 15 de Agosto nas imediações do Lago Titicaca.

Dias Feriados Oficiais: 1 de Janeiro, 5 de Abril, 1 de Maio, 6 de Junho, 6 de Agosto (Dia da Independência), 1 e 2 de Novembro e 25 de Dezembro.

Transportes na Bolívia

Avião

Para deslocar-se pelo interior do país existem três companhias aéreas: Lloyd, TAME AEROEXPRESS. Lloyd é a única que tem serviços internacionais. TAM (Transportes Aéreos Militares) é a segunda companhia em importância. Tem uma boa rede e cobre algumas lagoas de serviço de Lloyd Aéreo Boliviano. A recentemente criada Aeroexpress é de interesse limitado para o turista. Embora pareça ser a mais regular só tem vôos à La Paz, Sucre, Potosñí, Mãe de Deus e Guapoté, afluentes do Amazonas.

Trem

O ferrocarril boliviano tem duas redes importantes: a Ocidental, com seu nervo central em Oruro e conexões com La Paz, Cochabamba, Sucre, Potosí, Villazón, Abaroa e Charanha; e a Oriental, com seu ponto central em Santa Cruz e linhas para Quijarro, perto de Porto Suárez. A seção ocidental está melhor organizada e é mais confiável. Tem quatro qualidades de trem: o ferrobus, o expresso, o de passageiros ou simplesmente o trem.

Por Terra

Infelizmente, a rede de estradas da Bolívia não goza de muito boa reputação. Tem poucos caminhos pavimentados e o cascalho ocupa a maior parte da rede. Os motoristas, estes sim, percorrem-na com grande habilidade. Mas, para tranquilidade do turista, os ônibus modernos inutilizam outras estradas em melhor estado.

Transporte Público

Nas principais cidades existem uma boa rede de pequenos ônibus urbanos. Costuma-se pagar na hora de descer. Os táxis não tem taxímetro, pelo que é aconselhável combinar antes de empreender o trajeto.

Fonte: http://www.rumbo.com.br;
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/bolivia/mapa-da-bolivia.php

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