Argentina

População

Argentina: Caldeirão de Raças

Os primeiros povoadores do atual território argentino foram indígenas que, congregados em diversas tribos, desenvolveram suas respectivas culturas em diversos graus.
No século XVI, chegaram os conquistadores espanhóis, que trouxeram consigo seus costumes e valores próprios, gerando–se um encontro cultural de dimensões perduráveis, não isento de dor em muitos casos e em outros de cooperação. Em relação à população, tal encontro deu lugar à mestiçagem de brancos e índios, à qual se somaria em menor grau, a contribuição de habitantes negros trazidos da África ou do Brasil na qualidade de escravos, particularmente na zona do Rio da Prata. Mestiços, mulatos e cafuzos consolidaram assim a conformação da população crioula.
Na segunda metade do século XIX e na primeira do XX, chegou um importantíssimo fluxo de imigração de origem predominantemente européia, que constituiu outro pilar fundamental na hora de definir a essência da argentinidade, como produto de um verdadeiro “caldeirão de raças”.

Geografia e Clima


Geografía y clima

Situação Geográfica

A República Argentina está localizada na parte ocidental do hemisfério sul. Sua localização, na América do Sul, permite–lhe uma vinculação adequada ao limite regional.

Fronteiras e Pontos Extremos

Parte Americana
No norte, faz fronteira com as Repúblicas da Bolívia e do Paraguai, cujo ponto extremo está na confluência dos rios Grande de San Juan e Mojinete, no estado de Jujuy (Lat. 21º46’S; Long. 66º13’O).
Ao sul, faz fronteira com a República do Chile e com o Oceano Atlântico. Seu extremo austral localiza–se no Cabo San Pío, situado na Ilha Grande da Terra do Fogo (Lat. 55º03’S; Long. 66º31’O).
Ao leste, faz fronteira com a República Federativa do Brasil, com a República Oriental do Uruguai e com o Oceano Atlântico. O ponto oriental extremo está situado ao nordeste de Bernardo de Irigoyen, no estado de Misiones (Lat. 26º15’S; Long. 53º38’O).
O oeste faz fronteira com a República do Chile. O ponto extremo está localizado entre o Cerro Agassis e o Cerro Bolados (no cordão Mariano Moreno), no Parque Nacional Los Glaciares, estado de Santa Cruz (Lat. 49º33’S; Long. 73º34’O).

Parte Antártica
A Antártida Argentina é a parte do território nacional localizada entre os meridianos 25º e 74º de Longitude Oeste, ao sul do paralelo 60º Sul.

Características Gerais

A grande extensão territorial da Argentina possui uma vasta diversidade de paisagens. Alternam–se campos de gelo com zonas secas, relevos montanhosos com planaltos ou planícies, cursos fluviais ou áreas lacustres com amplitudes oceânicas e vegetação estepe com bosques e selvas.

Extensão

A superfície de terras emergidas é de 3.761.274 Km², dos quais 2.791.810 Km² correspondem ao Continente Americano e 969.464 Km² ao Continente Antártico (incluindo as Ilhas Orcadas do Sul) e às ilhas austrais (Georgias do Sul e Sandwich do Sul).
Entre os países americanos, ocupa o quarto lugar em matéria de extensão, vindo atrás do Canadá, dos Estados Unidos da América e da República Federativa do Brasil. Ocupa o sétimo lugar do ranking mundial.

Clima
O Clima na Argentina

São quatro os principais tipos de clima na Argentina: quente, temperado, seco e frio. A extensão do território e os acidentes de relevo determinam a existência de variedades dentro de cada um dos tipos citados.

Desta forma, dentro da classificação de climas quentes está o subtropical sem estação seca, que abrange os estados de Misiones e Corrientes, a zona norte de Entre Ríos e a parte oriental do Chaco. Tem como características temperaturas elevadas e precipitações abundantes durante todo o ano. Já o tropical com estação seca abrange parte de Salta, o oeste de Formosa e do Chaco, a planície oriental tucumana, quase todo o estado de Santiago del Estero e o noroeste de Santa Fe. Suas características são parecidas com as do clima anteriormente mencionado, com a diferença de que apresenta um período seco que dura até a metade do ano. No noroeste, o conjunto montanhoso que abrange as serras sub–andinas, os vales e as quebradas tem clima considerado tropical serrano.

A zona de climas temperados abrange o estado de Buenos Aires, grande parte de Entre Ríos, o centro e o sul de Santa Fe, a faixa oriental de Córdoba e um setor ao nordeste de La Pampa. Entre eles está o clima temperado pampeano, representado especialmente pela faixa ribeirinha do Paraná–Prata. Na faixa limítrofe com o clima subtropical está a variedade temperada sem inverno, caracterizada pela falta de período frio definido. O temperado de influência oceânica se encontra no litoral bonaerense, na zona de Mar del Plata e Necochea, onde a influência do mar ocasiona temperaturas moderadas. O temperado das serras se localiza nas serras cordobesas e em seus vales. Por último, está a faixa de transição ao oeste, onde a zona de clima temperado dá lugar à região de clima árido.

Os climas áridos abrangem a Puna, os Andes de Catamarca, La Rioja e San Juán, a zona vizinha pré–andina e a Patagônia extra–andina. Entre suas variedades está o clima árido de montanha, que prevalece na Puna e nos Andes, de Catamarca até Mendoza. O leste dos secos Andes se estende o clima árido das serras e campos, que coincide aproximadamente com a região das serras pampeanas. O clima árido da estepe continua ao sul da região climática das serras e planícies. O oeste termina aos pés da cordilheira, que perde seu caráter seco no sul de Mendoza. Ao leste, se limita na faixa de transição e ao sul, entre os 40º e 42º Sul, a transformação do regime térmico origina outro tipo de clima: o frio árido da Patagônia.

Na região de climas frios está a faixa úmida dos Andes Patagônicos, caracterizada por uma sucessão de chuvas que ocorre de norte a sul – a partir dos 34º S. – neste setor de cordilheiras. O clima seco e ventoso da Patagônia se destaca por suas baixas temperaturas, com precipitações escassas e temporais de neve no inverno. O austral úmido abrange uma faixa do estado de Santa Cruz, ao sul da zona anterior, e o estado da Terra do Fogo, com exceção do clima de neve de alta montanha. Há maiores precipitações e falta do período estival de temperaturas temperadas que são registradas nos planaltos patagônicos.

O clima de neve é de tipo glacial e abrange a faixa da cordilheira austral, na zona de gelo continental de Santa Cruz e em manchas glaciais que há na alta cordilheira patagônica.

Já em se tratando do clima nas ilhas austrais, a Ilha dos Estados possui um clima oceânico frio. O tempo é brumoso e frio durante grande parte do ano e os temporais são frequentes. As precipitações de neve são abundantes. Nas Ilhas Malvinas o clima oceânico é mais bem definido. Não há excessos de temperaturas, o verão é temperado e o inverno não é tão rígido. Nas Ilhas Orcadas prevalece o clima de neve. Quase toda a superfície da ilha está coberta por geleiras e o mar de gelo apenas abre caminho durante poucas semanas de janeiro.

Informações Interessantes
Fenômenos meteorológicos que são parte do imaginário comum:
• O “verãozinho de São João” (“veranito de San Juan”) é um dos mais famosos. Os habitantes de Buenos Aires o batizaram assim porque ocorre por volta de 24 de junho, data de nascimento de São João Batista. Esta raridade climática, que pode durar entre três e sete dias, às vezes atinge os 24º. Nessa época, é comum ver as pessoas tomarem sol nas praças da cidade em pleno inverno.
• Após a temporada de frio ocorre a “tormenta de Santa Rosa”, que é um ciclo de chuvas e tempestades que irrompe com a chegada da primavera. Este acontecimento coincide com a data da festa em que se celebra essa figura religiosa, isto é, 30 de agosto.
• Em 9 de julho de 2007, segundo registros históricos, a cidade de Buenos Aires ficou coberta de neve pela segunda vez. A nevada anterior havia sido em 1918.
A Formação Histórica do Estado Argentino

Período Espanhol

O território da Cuenca do Prata, que compreendia, parcial ou totalmente, o que hoje são as províncias de Buenos Aires, Entre Ríos, Corrientes, Santa Fe, Chaco, Formosa, Misiones e as atuais repúblicas do Paraguai e Uruguai, teve durante os séculos XVI e XVII, um papel secundário no processo colonizador espanhol. Ao impulso de um ulterior crescimento econômico, os bens aumentaram seu valor estratégico, levando a coroa da Espanha à criação do Vice–Reino do Prata em 1776. Durante este período, geralmente chamado de espanhol, o organograma do poder era rudimentar e sem uma distinção clara de competências. Tanto na península como na América, as instituições desempenhavam funções executivas, legislativas e judiciárias, às vezes, de maneira sobreposta. O Cabildo foi a unidade de administração política, judicial e econômica da Espanha até o ano de 1822.

Período Revolucionário

Cabildo de Buenos Aires Em maio de 1810, devido à invasão napoleônica à Espanha, Buenos Aires convocou um Cabildo Aberto para arbitrar medidas frente à caducidade do governo do Vice–Rei e instrumentar a reversão dos direitos de soberania do povo e, como conseqüência imediata, a instalação de um novo governo.
Entre 1810 e 1816 sucederam–se diferentes formas institucionais, sendo inaugurada a Primeira Junta (órgão de tipo colegiado) regulamentada principalmente por dois documentos: o Regulamento de 1825 – sancionado pelo Cabildo– e o Regulamento de1828 emanado da própria Junta. Interpretando o primeiro deles incorporam–se os deputados do interior ao órgão portenho, criando–se assim a Junta Grande, instituição que por sua vez instaurou juntas provinciais e decretou a criação de um Triunvirato. Assim, foi sancionado o Estatuto Provisional do Governo Superior das Províncias Unidas do Rio da Prata e os decretos sobre a liberdade de imprensa e a segurança individual.
Em 1812, o Segundo Triunvirato teve que levar adiante a convocação de uma Assembléia Constituinte, formada no ano seguinte, que foi o primeiro congresso da nossa história assumindo a representação da soberania das Províncias Unidas do Rio da Prata.
Se bem que a Assembléia do ano XIII, como corpo representativo não cumpriu seu objetivo fundamental de ditar uma constituição, desenvolveu uma vasta tarefa legislativa em prol das liberdades individuais e constituiu a abertura de novas formas institucionais.
Do ponto de vista da organização política, estabeleceu um Poder Executivo unipessoal, criando o cargo de Diretor Supremo das Províncias Unidas do Rio da Prata. Instituiu o 25 de Maio como Dia Pátrio, determinou o Escudo e o Hino e mandou cunhar a moeda própria, ações com as quais demonstrava sua vontade de formar um estado soberano.
Declaração da Independência

Casa de la Independencia Finalmente em 1816, um Congresso Geral Constituinte reunido em Tucumán, declarou a independência das Províncias Unidas e ditou o Estatuto Provisional de 1816, o Regulamento Provisório de 1817 e a Constituição das Províncias Unidas da América do Sul.
Após a batalha de Cepeda em 1820, o Congresso Geral foi dissolvido e o Cabildo de Buenos Aires reassumiu o comando geral da cidade e de seu território provincial, enquanto isso nomeou um governador interino, o qual implicou a extinção do governo nacional. A partir de então, as províncias, ainda fortemente autônomas, seguiram uma estrutura robustecida por uma série de pactos interprovinciais (Tratado de Benegas e do Quadrilátero).
Em dezembro de 1826, um novo Congresso Constituinte sancionou uma Constituição da República Argentina, rechaçada em grande parte pelos desacordos em relação ao seu texto.
Em 1831, assinou–se o Pacto Federal entre Santa Fe, Buenos Aires y Entre Ríos, ao qual em seguida aderiram as demais províncias, reconhecendo–se a existência de um estado organizado como república, formado pelas províncias agrupadas numa federação.
Período da Organização Nacional

Casa RosadaLogo depois da batalha de Caseros, que implicou na queda de Juan Manuel de Rosas como governador de Buenos Aires, as Províncias de Santa Fe, Corrientes, Entre Ríos e Buenos Aires assinaram o Protocolo de Palermo. Posteriormente, o Acordo de San Nicolás, rubricado na presença da maioria dos governadores provinciais, confirmou o caráter de lei fundamental do Pacto Federal. Convocou–se então em 1852 um Congresso Geral Constituinte, com o objetivo de estabelecer uma constituição para a Confederação. O texto, promulgado por Urquiza no dia 25 de maio de 1853, foi declarado pela república no dia 9 de julho, com exceção de Buenos Aires, a que se somaria à Confederação em 1860, como conseqüência da batalha de Cepeda e da assinatura do Pacto de União de San José de Flores no ano anterior. Imediatamente a Constituição foi reformada, ficando consumada a união do país. A reforma aumentou o caráter federal da república, ao mesmo tempo, ideologicamente, manteve o esquema da Carta Magna de 1853.

Texto retirado do site: http://www.argentina.gov.ar

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