Hugo Rafael Chavez Frias nasceu em Sabaneta, em 28 de julho de 1954. Aos 17 anos, Chavez ingressou na Academia Militar da Venezuela, onde se graduou, em 1975, em ciências e artes militares, ramo de engenharia. Prosseguiu na carreira militar, atingido o posto de tenente-coronel. Chávez casou-se duas vezes e tem quatro filhos.
No dia 4 de fevereiro de 1992, Chavez, reagindo à crise econômica, marcada por inflação e desemprego, protagonizou um fracassado golpe de Estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez, de política neoliberal e alinhada ao FMI. Este fato levou Chávez ao cenário nacional. Após 2 anos de cadeia, anistiado pelo presidente Rafael Caldera Rodríguez, abandonou a vida militar e se dedicou à política, sendo favorecido pelo agravamento da crise social e o crescente descrédito nas políticas tradicionais.
Em 1997 fundou o Movimento 5ª República. Nas eleições para a presidência, em 1998, Chavez venceu com 56% dos votos, após uma campanha contra os partidos tradicionais e promessas de combater a pobreza e a corrupção. Assumindo a presidência em 1999, para um mandato de 5 anos.
Logo que tomou posse, em fevereiro de 1999, dissolveu o Congresso e convocou uma Assembléia Nacional Constituinte. A nova Constituição, aprovada por referendo em dezembro do mesmo ano, alterou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela, permitiu uma maior intervenção do estado na economia, e reconheceu os direitos culturais e lingüísticos das comunidades indígenas. Empossado, realizou referendo sobre convocação de nova Assembléia Constituinte e, em 25 de abril de 1999, 70% dos venezuelanos manifestaram-se favoráveis à proposta. Nas eleições para a Constituinte, os “chavistas” conquistaram 120 dos 131 lugares. A nova constituição foi submetida a plebiscito e aprovada por 71,21% dos eleitores. A Constituição da República Bolivariana de Venezuela outorgou maiores poderes ao presidente, ampliou as prerrogativas do Executivo; tornou o Parlamento unicameral, extinguindo o Senado; e aumentou o espaço de intervenção do Estado.
Convocou ainda novas eleições para presidente, em 2000, nas quais Chavez foi releito com 55% dos votos e o Pólo Patriótico conquistou a maioria dos lugares na Assembléia Nacional. Chavez tomou posse em 22 de agosto. Apoiado na Ley Habilitante, ele pode promulgar 49 decretos em um ano, sem necessitar de aprovação da Assembléia Nacional. Entre estes decretos estavam a Lei de Hidrocarbonetos, que fixava a participação estatal no setor petrolífero em 51%, e a Lei de Terras e Desenvolvimento Agrário, prevendo a expropriação de latifundiários. As novas leis foram contestadas pelos empresários, sindicatos, Igreja e televisões privadas, que acusavam o presidente de querer tornar a Venezuela um país comunista.
No dia 10 de dezembro de 2001, a Federação de Câmaras, de Comércio e Produção (Fedecámaras), que agrupa os setores empresariais do país, e a Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV) convocaram uma greve em protesto contra as medidas governamentais, mas não conseguiram revogar as leis aprovadas. No final de fevereiro de 2002, Chavez substituiu os gestores da companhia estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) por pessoas da sua confiança, o que gerou profundas críticas. O descontentamento com a liderança de Chavez começou a atingir alguns setores do exército e antigos companheiros. A CTV convocou uma greve para o dia 9 de abril de 2002.
Em outubro de 2002 uma nova greve paralisou o país durante nove semanas. A Coordinadora Democrática (uma coligação de partidos contra o governo chavista) pediu que fosse feita uma consulta popular na qual os venezuelanos se pronunciariam sobre a permanência ou não de Chavez no poder. O referendo de 15 de agosto de 2004 mostrou que 58,25% dos votantes apoiavam sua permanência na presidência até o fim do mandato, que ocorreria em dois anos e meio.
Em 2005 a oposição boicotou as eleições parlamentares, acusando as autoridades eleitorais de não serem imparciais. Seguidores de Chavez ocuparam todas as vagas.
Em 2006, Chávez se candidatou e foi reeleito com 62,9% dos votos. Logo no início do novo mandato, anunciou a união dos 23 integrantes de sua coalizão no Partido Socialista Unido da Venezuela, sob seu controle.
Foi reconduzido em 2007, sem oposição no Congresso. Em janeiro, recorre novamente à Ley Habilitante, ganhando poderes amplos para governar por 18 meses atráves de decretos-lei em 11 áreas do país.
Em 15 de fevereiro de 2009, os venezuelanos aprovaram, em referendo, uma emenda constitucional que permitiu ao presidente Hugo Chávez se candidatar à reeleição quantas vezes quiser, abrindo a possibilidade de governar o país por mais uma década. 54,4% dos venezuelanos votaram a favor da proposta que suprime os limites à reeleição de todos os cargos de eleição popular, contra 45,6%.
Referências:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2002/venezuela/hugo_chavez.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u504219.shtml