A Unasul – 2008

16 06 2010

Em 8 de dezembro de 2004, na cidade de Cusco (Peru) foi realizada a 3ª Reunião de Presidentes da América do Sul. Nesta reunião, foi redigida a Declaração de Cuzco que criou as bases para a Unasul, uma comunidade fornada por doze países sul-americanos, cujo projeto ganhou o nome de Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações).

Em 2007, no entanto, durante a 1ª Reunião Energética da América do Sul (realizada na Venezuela), o nome foi modificado para Unasul (União das Nações Sul-Americanas). Já em 23 de maio de 2008, em Brasília, representantes da Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela assinaram um tratado para a criação da Unasul. Com este tratado, a Unasul passou a ser um organismo internacional, deixando a fase de debates para entrar na criação prática de medidas, contudo, este tratado ainda precisa ser ratificado pelos congressos dos países membros.

            A comunidade tem como objetivo principal propiciar a integração entre os países sul-americanos nas áreas econômica, social e política. Dentro deste objetivo, espera-se uma coordenação e cooperação maior nos segmentos de educação, cultura, infra-estrutura, energia, ciências e finanças. 

Dados Econômicos e Sociais da Unasul

– PIB (Produto Interno Bruto): US$ 3,9 trilhões (estimativa 2007)
– PIB per Capita: US$ 10.378
– População: 382,43 milhões de habitantes (estimativa 2007)
– Área: 17.715.335 km2

Organização (de acordo com o Tratado)

A Unasul terá três órgãos deliberativos: Conselho de Chefes de Estado e de Governo, Conselho de Ministros de Relações Exteriores e Conselho de Delegados.

As reuniões de chefes de estados e de governo da Unasul ocorrerão uma vez por ano. Os encontros do Conselho de Ministros de Relações Exteriores ocorrerão semestralmente.

Outras propostas em discussão:

– Criação de um Conselho de Defesa da América do Sul;
– Criação de um Parlamento único;
– Criação de uma moeda única;
– Criação de um banco central para a comunidade.

 

Referências: http://www.suapesquisa.com/geografia/unasul.htm

 





Trajetória de Hugo Chavez

16 06 2010

Hugo Rafael Chavez Frias nasceu em Sabaneta, em 28 de julho de 1954. Aos 17 anos, Chavez ingressou na Academia Militar da Venezuela, onde se graduou, em 1975, em ciências e artes militares, ramo de engenharia. Prosseguiu na carreira militar, atingido o posto de tenente-coronel. Chávez casou-se duas vezes e tem quatro filhos.

No dia 4 de fevereiro de 1992, Chavez, reagindo à crise econômica, marcada por inflação e desemprego, protagonizou um fracassado golpe de Estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez, de política neoliberal e alinhada ao FMI. Este fato levou Chávez ao cenário nacional. Após 2 anos de cadeia, anistiado pelo presidente Rafael Caldera Rodríguez, abandonou a vida militar e se dedicou à política, sendo favorecido pelo agravamento da crise social e o crescente descrédito nas políticas tradicionais.

Em 1997 fundou o Movimento 5ª República. Nas eleições para a presidência, em 1998, Chavez venceu com 56% dos votos, após uma campanha contra os partidos tradicionais e promessas de combater a pobreza e a corrupção. Assumindo a presidência em 1999, para um mandato de 5 anos.

Logo que tomou posse, em fevereiro de 1999, dissolveu o Congresso e convocou uma Assembléia Nacional Constituinte. A nova Constituição, aprovada por referendo em dezembro do mesmo ano, alterou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela, permitiu uma maior intervenção do estado na economia, e reconheceu os direitos culturais e lingüísticos das comunidades indígenas. Empossado, realizou referendo sobre convocação de nova Assembléia Constituinte e, em 25 de abril de 1999, 70% dos venezuelanos manifestaram-se favoráveis à proposta. Nas eleições para a Constituinte, os “chavistas” conquistaram 120 dos 131 lugares. A nova constituição foi submetida a plebiscito e aprovada por 71,21% dos eleitores. A Constituição da República Bolivariana de Venezuela outorgou maiores poderes ao presidente, ampliou as prerrogativas do Executivo; tornou o Parlamento unicameral, extinguindo o Senado; e aumentou o espaço de intervenção do Estado.

Convocou ainda novas eleições para presidente, em 2000, nas quais Chavez foi releito com 55% dos votos e o Pólo Patriótico conquistou a maioria dos lugares na Assembléia Nacional. Chavez tomou posse em 22 de agosto. Apoiado na Ley Habilitante, ele pode promulgar 49 decretos em um ano, sem necessitar de aprovação da Assembléia Nacional. Entre estes decretos estavam a Lei de Hidrocarbonetos, que fixava a participação estatal no setor petrolífero em 51%, e a Lei de Terras e Desenvolvimento Agrário, prevendo a expropriação de latifundiários. As novas leis foram contestadas pelos empresários, sindicatos, Igreja e televisões privadas, que acusavam o presidente de querer tornar a Venezuela um país comunista.

No dia 10 de dezembro de 2001, a Federação de Câmaras, de Comércio e Produção (Fedecámaras), que agrupa os setores empresariais do país, e a Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV) convocaram uma greve em protesto contra as medidas governamentais, mas não conseguiram revogar as leis aprovadas. No final de fevereiro de 2002, Chavez substituiu os gestores da companhia estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) por pessoas da sua confiança, o que gerou profundas críticas. O descontentamento com a liderança de Chavez começou a atingir alguns setores do exército e antigos companheiros. A CTV convocou uma greve para o dia 9 de abril de 2002.

Em outubro de 2002 uma nova greve paralisou o país durante nove semanas. A Coordinadora Democrática (uma coligação de partidos contra o governo chavista) pediu que fosse feita uma consulta popular na qual os venezuelanos se pronunciariam sobre a permanência ou não de Chavez no poder. O referendo de 15 de agosto de 2004 mostrou que 58,25% dos votantes apoiavam sua permanência na presidência até o fim do mandato, que ocorreria em dois anos e meio.

Em 2005 a oposição boicotou as eleições parlamentares, acusando as autoridades eleitorais de não serem imparciais. Seguidores de Chavez ocuparam todas as vagas.

Em 2006, Chávez se candidatou e foi reeleito com 62,9% dos votos. Logo no início do novo mandato, anunciou a união dos 23 integrantes de sua coalizão no Partido Socialista Unido da Venezuela, sob seu controle.

Foi reconduzido em 2007, sem oposição no Congresso. Em janeiro, recorre novamente à Ley Habilitante, ganhando poderes amplos para governar por 18 meses atráves de decretos-lei em 11 áreas do país.

Em 15 de fevereiro de 2009, os venezuelanos aprovaram, em referendo, uma emenda constitucional que permitiu ao presidente Hugo Chávez se candidatar à reeleição quantas vezes quiser, abrindo a possibilidade de governar o país por mais uma década. 54,4% dos venezuelanos votaram a favor da proposta que suprime os limites à reeleição de todos os cargos de eleição popular, contra 45,6%.

Referências:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2002/venezuela/hugo_chavez.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u504219.shtml





Nasce o Mercosul – 1991

16 06 2010

Em plena Segunda Guerra Mundial, no ano 1941,  pela primeira vez, Brasil e Argentina tentaram a criação de uma união aduaneira (livre comércio,  intrazona e política comercial comum)entre as suas economias., o que não se concretizou por causa das diferenças diplomáticas desses países em relação às políticas do Eixo, posteriormente ao ataque a Pearl Harbor. Com o fim da guerra, era iminente a necessidade de interação entre as nações se tornou e, consecutivamente, a formação dos blocos econômicos, todavia, na América Latina não ocorreu uma união que tenha dado resultados satisfatórios.

Em 1991, a assinatura do Tratado de Assunção, no Paraguai, marca a criação dessa união aduaneira, agora também com a participação do Paraguai e Uruguai; nascia, então,  o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). Esse bloco econômico baseou-se no Mercado Comum Europeu e, desde sua criação, teve o objetivo de criar um mercado comum com livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos; coordenar políticas macroeconômicas e setoriais;adotar uma política externa comum; harmonizar legislações nacionais com vistas a uma maior integração; e coordenar posições conjuntas em foros internacionais.

Para alcançar estes objetivos, o Tratado de Assunção traçou as seguintes linhas de ação:

 

       a) programa de liberalização comercial, com reduções tarifárias progressivas e eliminação de barreiras não-tarifárias;

       b) coordenação de políticas macroeconômicas, de forma gradual e simultânea à desgravação tarifária; e,

       c) implantação da   Tarifa   Externa   Comum (TEC)      para   incentivar a competitividade dos estados partes e promover internamente economias de escala eficientes.

 

Posteroirmente, em 1994, o Protocolo de Ouro Preto foi assinado como um complemento do Tratado e estabeleceu o reconhecimento jurídico e internacional do Tratado de Assunção como uma organização. Atualmente, estes quatro países compõem o Mercosul como Estados-membros, no entendo, há outros estados associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru. Fazem alguns anos que a Venezuela solicitou a entrada como membro pleno no bloco.

Estados Partes Argentina (1991) Brasil (1991) Paraguai (1991) Uruguai (1991)  Venezuela (2009)
Estados Associados  Bolívia (1996)  Chile (1996)  Peru (2003)  Colômbia (2004) Equador (2004)
Estado Observador (status não-oficial)  México        

 

Ainda com base no no Protocolo de Ouro Preto, vigente desde 15 de dezembro de 1995, o Mercosul tem uma estrutura institucional básica composta por:

 

  • Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão supremo cuja função é a condução política do processo de integração.
  • Grupo Mercado Comum (GMC), órgão decisório executivo, responsável de fixar os programas de trabalho, e de negociar acordos com terceiros em nome do MERCOSUL, por delegação expressa do CMC.
  • Comissão de Comércio do Mercosul (CCM), um órgão decisório técnico, é o responsável por apoiar o GMC no que diz respeito à política comercial do bloco.

Atualmente o Mercosul possui um PIB de mais de 3 trilhões de dólares (base PPC), sendo cerca 70% deste valor corresponde ao Brasil. Assim, as assimetrias entre os mercados existentes no bloco são grandes, o que vem causando uma série de atritos, além de ser um dos fatores que dificultam a criação de uma moeda única.

 

Bibliografia: http://www.bcb.gov.br/?SGT4INTMERC;

http://www.suapesquisa.com/mercosul/;

http://www.brasilescola.com/geografia/mercosul.htm.

 





A Guerra das Malvinas – (1982)

16 06 2010

As Malvinas, chamadas pelos britânicos de Falklands, são um arquipélago de dezenas de ilhas ao sul do Oceano Atlântico, estando a 500 quilômetros da costa argentina. Sendo objeto de uma briga de duzentos anos entre Londres e Buenos Aires, que reivindicam sua jurisdição. O arquipélago foi ocupado pelos britânicos desde o século XIX e integrava parte dos territórios que compunham o imenso império britânico. Após a Segunda Guerra, mesmo com o processo de descolonização, esta região sul americana se manteve sob a tutela inglesa.

Em 2 de abril de 1982, o general Leopoldo Galtieri, à frente da junta militar que governava a Argentina desde 1976, anunciou a decisão do país de tomar posse das Ilhas Malvinas. A grande maioria dos argentinos, que estava cansada dos problemas domésticos, entre eles a escalada da inflação, do desemprego, as pressões dos sindicatos e dos partidos políticos, que pressionavam o governo militar para que fossem convocadas eleições, reagiu com entusiasmo. Cientes do clima de insatisfação que predominava no país, os militares usaram o conflito com o Reino Unido para desviar a atenção da crise interna e como uma última cartada para tentar permanecer no poder.

Em 2 de abril de 1982, as forças argentinas declararam guerra à Inglaterra realizando a invasão das Malvinas. A primeira invasão realizada pelos argentinos foi vitoriosa e resultou no controle de Port Stanley, que, com a conquista, mudaram o nome da cidade para Puerto Argentino. Enquanto o regime propagandeava sua vitória na mídia, os ingleses tentaram negociar uma retirada pacífica dos militares argentinos. Mediante a negativa do governo Galtieri, a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher ordenou a preparação das forças britânicas para um conflito contra os argentinos. A evidente superioridade bélica inglesa poderia antever o resultado deste conflito. Após uma fase de relativo equilíbrio entre as forças militares envolvidas na guerra, o lado britânico colocou em ação a chamada Operação Sutton, enviando um grande número de armas e fuzileiros para participar da guerra. Utilizando de mísseis Exocet, os argentinos conseguiram abater duas embarcações britânicas. Apesar disso, as maiores derrotas argentinas aconteceram em terra, quando os britânicos não tiveram maiores dificuldades para vencer um exército numeroso, porém extremamente mal preparado.

Em pouco tempo, os ingleses organizaram um cerco à cidade de Port Stanley. A vitória dos ingleses aconteceu durante o mês de junho de 1982. A falta de armamentos potentes e o preparo tático dos ingleses impeliram as tropas argentinas a se entregarem sem oferecer maior resistência. No dia 14 de junho de 1982, a Inglaterra tinha finalmente restabelecido sua hegemonia sob a região, após 72 dias de combates. O saldo de mortos é de 649 soldados argentinos e 255 britânicos.

Após o conflito, a crise inflacionária – que então batia na casa dos 600% ao ano – e os movimentos populares contra a repressão militar causaram a queda da ditadura argentina. Em um brusco processo de redemocratização, os argentinos depuseram Galtieri e, no ano seguinte, realizaram as eleições que levaram Raúl Alfonsín ao poder. Na Inglaterra, o conflito fortaleceu a imagem política de Margaret Thatcher, que conseguiu se reeleger como primeira-ministra.

Referências:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2002/020329_guiamalvinasag.shtml

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/02/22/relembre-guerra-das-malvinas-915916943.asp





O Tratado de Cooperação Amazônica – 1978

16 06 2010

Em 3 de julho de 1978 foi assinado, em Brasília, o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) pelos oito países amazônicos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O TCA consiste em um instrumento jurídico de natureza técnica que objetiva promover o desenvolvimento pacífico e integrado da bacia amazônica, de modo que seja permitida a elevação do nível de vida dos povos daqueles países, a completa integração da região da amazônia às economias dos seus respectivos estados, o intercâmbio de experiências quanto ao desenvolvimento regional e o desenvolvimento econômico paralelo à preservação do meio-ambiente.

O TCA prevê a cooperação entre seus membros signatários para a promoção de pesquisas científicas e tecnológicas, a utilização racional dos recursos naturais, a criação de uma infra-estrutura de transportes e comunicações, promover o progresso do comércio entre as populações limítrofes e a preservação de bens culturais.

 GRÁFICO 1- RECURSOS FINANCEIROS ACUMULADOS PROJETO PLURINACIONAL DE COOPERAÇÃO AMAZÔNICA – (Milhões de US$)

Em 1995, os Ministros do Exterior dos países-membros, reunidos em Lima, Peru, acordaram criar a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), de maneira que fortalecesse institucionalmente o TCA e desse-lhe um caráter internacional. A emenda ao tratado foi aprovada na cidade de Caracas, Venezuela, em 1998, permitindo, assim, o estabelecimento da Secretaria Permanente da OTCA em Brasília.

 

Você pode conferir o Texto do TCA no link: http://www2.mre.gov.br/dai/tca.htm
Bibliografia: http://www.oas.org/usde/publications/Unit/oea08b/ch12.htm#TopOfPage




Golpe de Estado de 1945 – Venezuela

1 05 2010

Mais que uma oposição entre democracia e ditadura, nas origens do 18 de outubro de 1945 se aprecia o confronto entre duas tendências democráticas: uma gradualista, caracterizada por certa desconfiança em torno da maturidade política da população para exercer seus direitos políticos, representada no medinismo; e uma mais radical e populista, fiel crente nas capacidades de tomada de decisão dos setores mais populares da sociedade, representada por Romulo Betancourt e seus colegas de partido. Por outro lado, ainda que Medina Angarita (então presidente) tenha efetuado uma reforma constitucional em abril de 1945, na qual se outorgava o voto aos homens analfabetos e maiores de 21 anos em eleições parlamentares, e às mulheres, com iguais exigências, não foi aprovada a eleição do presidente da República por meio de votação universal e direta, o qual se converteu na principal arma política contra ele por parte da oposição.

Por sua vez, Rómulo Betancourt e o partido Ação Democrática (AD) explodiram habilmente esta situação, fazendo dela o mais evidente símbolo da contradição de um governo que se pretendia democrático mas, que em realidade era, segundo a opinião de Betancourt, timidamente liberal. Paralelamente a esta situação, no âmbito militar estava-se planejando um movimento que demandava a reforma e modernização da Forças Armadas, mas que em realidade fazia parte de uma batalha de geração entre os jovens militares de escola, alguns com brilhantes estudos no exterior que viam bloqueadas suas possibilidades de ascensão aos altos comandos militares, onde se encontravam os velhos chefes militares de escassa formação acadêmica. Neste contexto, produziu-se o contato entre os descontentamentos civis e alguns setores das Forças Armadas. Neste ponto, a conspiração já não podia ser detida.

Em 17 de outubro de 1945, Medina é informado dos preparativos do complô. As ordens dadas de tomar as guarnições de Caracas e Maracay e de prender os três cabeças militares (Pérez Jiménez, Julio César Vargas e Horacio López Conde) desencadeiam o levante. Na manhã de 18 de outubro de 1945, instala-se a revolta na Escola Militar da Planície em Caracas. Pela tarde, tinha-se estendido aos quartéis de San Carlos, A Planta e Miraflores, em Caracas e a guarnição de Maracay. O quartel de San Carlos é retomado pelo Governo, enquanto generalizam-se os tiroteios pelas ruas de Caracas. Pela manhã de 19 de outubro, as notícias de que a aviação e a praça de Maracay se encontravam em mãos dos alçados e de que o Quartel San Carlos tinha sido tomado por grupos de civis insurrectos determinam a decisão de Medina de se render. Posteriormente, nessa mesma noite constitui-se em Miraflores uma Junta Revolucionária de Governo presidida por Rómulo Betancourt, a qual iniciou uma nova etapa na vida política do país e para muitos a entrada de Venezuela no século XX. A partir desse momento, uma nova constituição, promulgada em 1947, instituiu o sufrágio universal por voto secreto.

O golpe de Estado de 18 de outubro de 1945 dividiu a história contemporânea venezuelana em duas, gerando muitas polêmicas, neste sentido um dos aspectos mais controversos em torno dos acontecimentos de 45, foi o título de ´revolução´ com que os membros da Ação Democrática a batizaram. No entanto, ainda que não se possa afirmar que o 18 de outubro tenha sido um processo revolucionário, pode-se assegurar que produziu a finalização de uma etapa da história política da Venezuela iniciada em 22 de outubro de 1899 com a chegada dos Andinos ao poder, e o começo de outra, na que estarão presentes novos atores.

Referências:

http://www.venelogia.com/archivos/288/

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=94579





Guerra civil no Paraguai (1947)

1 05 2010

Em 1940, o presidente Higinio Morínigo suspendeu a constitução e proibiu os partidos políticos. A resistência ao seu mandato tomou a forma de revoltas estudantis e greves gerais. A vitória aliada na Segunda Guerra Mundial em 1945 convencem Morínigo a liberalizar seu regime. Em 1946, devolveu a liberdade de expressão ao povo, permitiu o retorno dos exilados políticos e formou um governo de coalizão entre o Partido Colorado e o Partido Revolucionário Febrerista, no que se conhece como a Primavera Democrática que durou seis meses. Contudo, a aliança que Morínigo demostrava com o Partido Colorado e seu grupo paramilitar, Guión Rojo, resultou em um falido golpe de estado em dezembro de 1946.

Em 11 de janeiro de 1947, os Febreristas renunciaram. Imediatamente formaram uma coalizão com o Partido Liberal e o Partido Comunista Paraguaio contra o presidente Morínigo. Rafael Franco liderou uma rebelião que se transformou em uma guerra civil quando as Forças Armadas do Paraguai, que anteriormente haviam se mantido leais ao Governo, se dividiram com quase toda a marinha e seções da infantaria unindo-se aos rebeldes. Instaurando um governo militar em Concepción, cidade que foi bombardeada sem piedade pela aviação do governo. Os dissidentes iniciaram a marcha de Puerto Casado, Concepción(centro do pais) até Assunção (a capital).

Morínigo contra-atracou com o apoio do Partido Colorado, incluindo Alfredo Stroessner, futuro ditador do país. Estes, aproveitando as grandes diferenças sociais existentes, promoveram a participação dos pynandí (classe baixa). Os pynandí se reuniram em Assunção e formaram um exército de vinte mil homens, com todo o armamento do exército (bem equipado, pois o país recém saía da Guerra do Chaco) menos os navios que haviam sido seqüestrados pela marinha. Eles tomaram Concepción enquanto os rebeldes chegavam a Assunção. Os revolucionários foram cercados pelos batalhões de Assunção e os que voltaram de Concepción em agosto de 1947, terminando ali a revolução. Embora derrotados, os revoltosos provocaram a renúncia do ditador. Após sucessivos golpes de Estado que levaram ao poder quatro presidentes, o líder do Partido Colorado, Federico Chávez (1949-54), assumiu o governo. Sua administração caracterizou-se pelo alinhamento com o regime de Juan Domingo Perón, na Argentina. No entanto dificuldades econômicas e financeiras decorrentes do forte processo inflacionário que se seguira à Guerra Civil de 1947, contribuíram para sua deposição.

As mortes são calculadas em mais de trinta mil, civis e militares. O Banco Central do Paraguai considera a guerra a principal causa do feroz processo inflacionário iniciado em 1947. A partir de então se consolidou a hegemonia plena do Partido Colorado, que finalmente levaria ao poder o então coronel Alfredo Stroessner. O sistema imperante durante o período 1947-1962 foi de partido único, sendo o Partido Colorado o único legal, e que manteve o poder durante seis décadas, até vinte de abril de 2008, data em que cai em eleições gerais, com a vitória de Fernando Lugo, candidato da Aliança Patriótica para o Cambio.

Referências:

http://www.exordio.com/1939-1945/paises/Latinoamerica/paraguay.html

http://www.mundi.com.br/Wiki-Paraguai-141.html#O_movimento_de_reforma

http://www.pedalnaestrada.com.br/pages.php?recid=53





A mãe mais jovem da história – Peru (1939)

6 04 2010

No ano de 1939, na América do Sul, especificamente no Peru, aconteceu um dos fatos mais marcantes e desafiadores da história da medicina, com a confirmação de que Lina Medina, peruana nascida em 1933, acabara de tornar-se a mãe mais jovem da História da medicina, ao dar a luz a um menino aos 5 cinco anos e sete meses de idade, em 14 de maio de 1939, mediante uma cesárea. Seu filho, Gerardo Medina, recebeu esse nome em homenagem ao médico que assistiu Lina, Dr. Gerardo Lozada.
O caso foi tão inusitado e de raridade ímpar que seu pai, Tiburcio Medina, ao notar que a menina – uma de seus nove filhos – estava com a barriga avolumada, e, ante as crendices de seus vizinhos que diziam que tinha uma cobra dentro e culpavam a Apu, o espírito dos Andes, levou-a aos curandeiros da aldeia, que disseram tratar-se de um tumor e aconselharam que a levasse até a cidade mais próxima (Pisco), onde o médico Gerardo Lozada interessou-se pelo caso e a levou para Lima, a capital, onde outros especialistas diagnosticaram a sua gravidez, concluindo-se que a menina engravidou por volta dos quatro anos e dez meses de idade.
Esse caso foi reportado em detalhes pelo Dr. Edmundo Escomel para La Presse Medical, inclusive com a revelação de que aos dois anos e oito meses já tinha começado a menstruar. Por outro lado, apesar de fisicamente amadurecida, Lina preferia brincar de bonecas a cuidar do seu filho, sendo este criado pelos avós, acreditando, até os dez anos de idade, que era irmão de Lina. Gerardo cresceu saudavelmente, vindo a falecer em 1979, aos 40 de idade, de uma doença na medula óssea, contudo, não ficou provado se esta doença guardava relação com o fato de ter nascido de uma mãe tão nova.
Após o nascimento de seu filho muitas pessoas quiseram ajudar Lina Medina, chegando a existir uma oferta ousada de um empresário dos EUA para que viajassem para lá para ser exibidos na Feira Mundial de Nova York (com despesas pagas e 4000 dólares por mês). Mas aceitaram outra oferta de 5000 dólares de um empresário americano para que mãe e filho viajassem para ser pesquisados por cientistas dos EUA (a proposta incluía um fundo que garantiria seu bem-estar pelo resto da vida). Mas o governo peruano decretou que Lina e seu filho estavam em “perigo moral” e decidiu criar uma comissão especial para protegê-la. Em poucos meses abandonaram o caso e ela nunca recebeu um centavo.A menina ficou conhecida, também, pelo fato de nunca ter revelado o nome do pai da criança (muito embora as suspeitas recaíssem sobre o pai ou o irmão deficiente mental de Lina). Ela chegou, inclusive, a recusar uma entrevista com a Reuters, em 2002, sobre esse assunto. O seu pai, Tiburcio, esteve preso vários dias como suspeito da violação. Quando foi liberado, as suspeitas recaíram sobre um dos irmãos de Lina. No Peru a crendice popular espalhou que Lina era uma espécie de Virgem Maria que tinha concebido sem pecado original por obra e graça do Espírito Santo, e, ainda hoje, o povo de Antacancha crê que Gerardo era filho do deus Sol.
Aos 33 anos Lina se casou com Raúl Jurado, e aos 39 anos (em 1972) teve outro filho, que emigrou para o México. Hoje vive em um bairro pobre em Lima. Alguns consideram que a falta de ajuda do Governo peruano possa ser explicada por puro preconceito, já que em outros países Lina receberia total apoio do Estado.

Referências:

As 11 mães mais singulares do mundo

http://www.cabrunco.com.br/2010/01/mae-mais-jovem-da-historia.html

http://youngest_mother.tripod.com





A Guerra do Chaco entre Bolívia e Paraguai (1932-1935)

5 04 2010

A Guerra do Chaco foi um conflito entre Paraguai e Bolívia, pela disputa da região do Chaco Boreal, entre 1932 e 1935. Essa região em questão apresentava uma grande vantagem devido à descoberta de petróleo, além de outra importantíssima vantagem estratégica, no Chaco Boreal se localizava o rio Paraguai, a principal forma de acesso ao oceano Atlântico. A Bolívia almejava ter um acesso ao oceano Atlântico, via rio Paraguai, na bacia do Rio da Prata, e para ter acesso aquele rio, era necessário ocupar o Chaco, em território paraguaio.

A reivindicação da Bolívia também era devido ao fato de que aquele território já fizera parte do seu pais durante o Vice-Reinado do Prata, a ocupação paraguaia da região deu-se na década de 1920, com alguns assentamentos agrícolas iniciados por imigrantes alemães. Com isso, a Bolívia, após perder também sua saída ao mar para o Chile na Guerra do Pacífico, em 1879, não queria perder o petróleo na região dos Andes nem o controle do rio Paraguai.

As disputas tiveram duração de três anos e resultaram em um conflito que provocou a morte de cerca de 60 mil bolivianos e 30 mil paraguaios, tendo como fim a derrota dos bolivianos, que mesmo possuindo um exército bem maior em número, perdeu parte de seu território.

A Guerra do Chaco é considerada o maior e mais sangrento conflito armado da América Latina no século XX. Sendo a primeira guerra latino-americana a utilizar aviões e bateria aérea, e a Bolívia o primeiro país a utilizar esse poder contra outro país latino-americano. O Paraguai, então um dos países mais pobres do mundo, não contava com artilharia, tampouco força aérea, mesmo assim venceu a guerra. A assinatura do tratado que pôs fim ao conflito, ainda em 1938, deu ao Paraguai uma área 120 mil km², no norte do país.

Referências:

http://www.airpower.maxwell.af.mil/apjinternational/apj-s/2002/4trimes02/corum.htm

http://www.guerras.brasilescola.com/seculo-xx/guerra-chaco.htm





APRA: fundação do tracional partido peruano (1924)

1 04 2010

Em 1924, foi fundado, no México, o mais velho e único partido político bem institucionalizado do Peru. A Aliança Política Revolucionária Americana, APRA era uma organização antimperialista para reunir todos os setores populares dos diversos países latino-americanos numa revolução nacionalista. Possuía um caráter frentista, ou na terminologia da época, uma “frente ampla”, além disso, abraçava as soluções, unicamente latino americanas, antiimperialistas e orientadas para o Marxismo– voltadas para a solução dos problemas do Peru e da América Latina. A APRA influenciou vários movimentos políticos na América Latina, dentre eles o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), na Bolívia, e o Partido Liberação Nacional (PLN), na Costa Rica.

Durante anos de repressão e clandestinidade, assim como o domínio do partido por Haya de la Torre, resultaram em características sectárias e hierárquica que se assemelham a alguns partidos comunistas. Além disso, oportunistas viragens ideológicas de direita por Haya de La Torre, em 1950, em troca de alcançar status legal para o partido, resultou no êxodo de alguns dos mais talentosos e jovens líderes da esquerda marxista do APRA. Essas mudanças criaram clivagens entre APRA e do resto da sociedade, além de serem obstáculos significativos à construção do consenso democrático durante o mandato da PARA no governo de 1985-90.

De qualquer modo, o partido manteve um núcleo dedicado de seguidores que permaneciam leais ao partido permanente. A APRA foi tanto um fenômeno social como um movimento político, com um setor importante da sociedade entre seus membros, cuja lealdade ao partido e seu legado era inabalável. Apesar do desastroso mandato, a APRA, no primeiro turno das eleições de 1990, obteve 19,6 por cento dos votos, mais do que qualquer outro dos partidos tradicionais.

Fonte: http://countrystudies.us/peru/78.htm